CULTURA
Peça ‘Ariano’, escrita por Astier Basílio, do JP, chega à Paraíba
Peça estará em cartaz na cidade natal de Ariano Suassuna, Taperoá, no dia 28 de março, em praça pública. Na sequência, chega à JP, nos dias 30 e 31, com acesso gratuito.
Publicado em 17/02/2010 às 9:10
Carolina Queiroz
Do Jornal da Paraíba
Ariano Suassuna é o super-herói que defende o Brasil contra o entulho cultural de outros países. Este é o caráter atribuído ao brilhante escritor paraibano, autor de O Auto da Compadecida e Romance da Pedra do Reino. É também o desenho da peça teatral que o homenageia, chamada Ariano, que depois de fazer temporada no Rio de Janeiro em 2008 (com elogios da crítica), enfim, será apresentada na Paraíba.
De acordo com o produtor Antônio Alcântara e o autor da peça, o jornalista Astier Basílio, repórter do JORNAL DA PARAÍBA, Ariano estará em cartaz na cidade natal do escritor, Taperoá, no dia 28 de março, com apresentação pública na praça da cidade. Na sequência, o espetáculo chega a João Pessoa, com apresentações programadas para os dias 30 e 31 do mês que vem, com acesso gratuito ao público.
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A peça aborda três situações em que o dramaturgo, transformado em personagem, precisa ultrapassar. Seu objetivo é voltar à Fazenda Acauã e, para conseguir, contará com a ajuda de figuras de suas obras, como o tão conhecido João Grilo. “A peça mostra a busca de Ariano pela Fazenda Acauã, onde nasceu, um local que representamos como o paraíso para ele, como lugar de onde foi tirado pelas circunstâncias”, comenta o diretor Gustavo Paso.
O baião, a iluminação que evoca o sol e o inferno e a disposição cênica que, por vezes, lembram peças de artesanato, casam com a biografia do homenageado. No palco, os atores tocam música com rabecas e um pífano, cedidos por Mestre Salu e João do Pife, além de acordeão, pandeiro e violas. A trilha sonora do espetáculo inclui canções inéditas, além de chaganças e folguedos. O texto é assinado por Astier Basílio em parceria com Gustavo Paso.
Com direção do próprio Gustavo, o espetáculo é repleto de simbologismos, misturando referências à biografia de Ariano. A estrutura do texto é inspirada na “Divina Comédia”, de Dante, sendo dividida em três partes: Sol (Inferno), Sangue (Purgatório) e Sonho (Paraíso). “A peça foi construída a partir da ideia do clássico de Dante. Inferno, Purgatório e Paraíso são elementos fortes na obra de Suassuna e na própria cultura do sertão nordestino”, esclarece Astier Basílio.
Contra o entulho de Hollywood
Ariano Suassuna é uma figura mítica. Todo mundo já viu alguma peça, já leu algum livro, ou pelo menos já ouviu falar dele. Ariano nasceu na Cidade da Paraíba (hoje João Pessoa), filho de Rita de Cássia Vilar e João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna, que cumpria o mandato de presidente do Estado (cargo equivalente ao de governador).
Foi o idealizador do Movimento Armorial, que cria arte a partir de elementos da cultura popular do Nordeste brasileiro. As obras de Ariano já foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.
A peça
Toda a literatura de Ariano Suassuna nasce do encontro entre a imaginação e a autobiografia. “A peça é um sonho onde o escritor procura seu reino. É uma experiência inédita, já que pela primeira vez a própria vida de Ariano é levada ao palco”, argumenta Gustavo.
O espetáculo Ariano. da Cia. Teatro Epigenia foi criado em 2007 e cumpriu três temporadas de absoluto sucesso de público e crítica nas cidades do Rio de Janeiro (onde estreou), Curitiba e São Paulo. Sendo indicado pelo Jornal O Globo e pela Revista BRAVO! como um dos Melhores Espetáculos em cartaz, no Rio e em SP.
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