CULTURA
Pirâmides napoleônicas
Estação Cabo Branco traz a exposição gratuita' O Egito Sob o Olhar de Napoleão' que será aberta nesta quinta-feira (10).
Publicado em 10/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:20
O império egípcio na perspectiva de um dos grandes conquistadores da História mundial. A exposição gratuita O Egito Sob o Olhar de Napoleão será aberta amanhã e permanecerá até o dia 29 de setembro na Estação Cabo Branco, em João Pessoa.
Nesta quarta-feira, às 19h, haverá um coquetel para convidados. Amanhã será promovida uma palestra aberta ao público às 16h, no auditório 3, pelo arqueólogo e curador Vagner Carvalheiro Porto.
No ano de 1798, Napoleão lançou uma expedição ao Oriente com mais de 35 mil soldados, cuja missão era “atrapalhar a vida da Inglaterra” na época, de acordo com o curador da mostra, que apresenta livros e gravuras registrados dessa jornada. “Ele dominaria a região toda do Mar Mediterrâneo, impedindo a rota dos ingleses à Índia”, aponta Vagner Carvalheiro.
Apesar da campanha ter sido um grande desastre político e militar, o legado da empreitada pode ser visto devido aos registros de uma comitiva formada por 167 estudiosos entre artistas, gravadores, escultores, impressores, arquitetos, astrônomos, geógrafos, químicos, engenheiros de várias especializações, matemáticos, economistas, médicos, botânicos, zoólogos, orientalistas, escritores e intérpretes, que foram incumbidos de decifrar a região, seus costumes e sua cultura.
Organizada pelo Itaú Cultural, O Egito Sob o Olhar de Napoleão engloba 13 dos 21 volumes da Description de l’Egypte, coleção publicada em Paris entre os anos de 1809 e 1822 que descreve a expedição científica e militar liderada pelo general francês ao Oriente. As gravuras têm mais de um metro de altura, abertas em página fixa, dentro de uma vitrine.
“São obras originais arrematadas em um leilão”, frisa o curador. “Só para se ter uma ideia da raridade, os exemplares são encontrados em apenas cinco lugares do mundo”.
Haverá também 14 reproduções fotográficas das matrizes em cobre pertencentes ao Museu do Louvre para fazer as obras originais, além de 13 telas com imagens dos livros que poderão ser manuseadas pelos visitantes.
‘DOIS EGITOS’
O curador organizou a exposição em cinco seções com base na divisão do Description de l’Egypte: Cartografia, Religião, Arquitetura, Egito Moderno e História Natural.
“São dois Egitos na mesma mostra”, enfatiza Vagner Carvalheiro. “O Egito Antigo do tempo dos faraós e o Egito Moderno, formado pela maioria de muçulmanos”.
Além da descrição arquitetônica cujas pirâmides e templos fazem parte, a exposição oferece o mapeamento das cidades e rios da região, além da flora e fauna egípcias na época napoleônica.
Na palestra de amanhã, Vagner Carvalheiro Porto descortinará temas como as dificuldades que a comitiva de estudiosos enfrentou no Egito, as derrotas de Napoleão Bonaparte, a importância de artistas como o barão Dominique Vivant Denon (1747-1825), entre outros tópicos.
“Sabemos muito da figura de Napoleão, mas a sua expedição ao Egito é pouco conhecida por nós”.
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