Poligamia x relacionamento aberto: entenda casamentos de Aline e Fred do BBB 23

A cantora e ex-rouge, Aline Wirley, vive com seu marido, Igor Rickli. Juntos, eles têm um filho de oito anos, chamado Antônio. Já o médico Fred Nicácio está há quatro anos casado com Fabio Gelonese. Fred e Aline estão nesta 23ª edição do Big Brother Brasil e chamam a atenção do público porque ambos possuem um relacionamento aberto, que é preciso ser diferenciado da poligamia.

• Poligamia chama atenção de Juliette: "queria viver!"

Não-monogamia, poligamia e outros estilos "alternativos" de se relacionar vêm sendo pautados em discussões cada vez mais populares. Mas qual seria a diferença entre a poligamia e o relacionamento aberto? Tem distinção?

Poligamia x relacionamento aberto

O psicólogo Fabrício Oliveira explica de maneira simples: relacionamento aberto é quando um casal, normalmente formado por duas pessoas, tomam a decisão consensual de explorar a não-monogamia. A exploração pode ser desde relações sexuais até mesmo um namoro. Apesar disso, ainda existe o casal "primário".

Existem várias formas de ter um relacionamento aberto. Entre elas estão:

• Tríade-relacional: apenas uma das pessoas do casal tem uma ou várias relações extraconjugais;
• Quad: duas pessoas do casal optam por se relacionar extraconjugalmente com outras duas pessoas;
• Singular-superficial: relações mais superficiais, com apenas beijos ou encontros sem atividades sexuais.

No caso de Aline Wirley e Fred Nicácio, por exemplo, eles podem se relacionar com outras pessoas e explorar suas sexualidades, mas a entrega e dedicação maior ainda vai ser para seus respectivos maridos - que ainda são seus principais parceiros.

"Já nas relações poligâmicas eles vivem juntos, é um compromisso com todos 24 horas. Geralmente, ficam sempre debaixo do mesmo teto, juntos, inclusive nas relações sexuais. Diferente dos relacionamentos abertos, que alguns procuram só relações prazerosas, casuais", disse o psicólogo.

Ele ainda explica: o termo poligamia é uma palavra grega que significa “a prática de múltiplos casamentos”. Ou seja, é a união conjugal entre um casal com outra ou mais pessoas ao mesmo tempo.

O modelo é aceito e permitido por lei em algumas sociedades e religiões como o Islamismo – que reconhece a prática há séculos.

Já no Brasil, o casamento é permitido por lei somente entre duas pessoas e conforme visto no art. 235 do Código Penal, casar novamente já sendo casado, é crime com pena de dois a seis anos de reclusão.

Relacionamento aberto dentro do BBB

Fred Nicácio e o ator Gabriel Santana se beijaram ainda na primeira semana do BBB 23. Depois do beijo, Gabriel brincou: "quero conhecer seu marido!", disse.

Já Aline Wirley ainda não se relacionou com ninguém dentro da casa, mas falou sobre seu relacionamento aberto com Igor.

"Na verdade, eu tô há 13 anos com o Igor e desde que a gente se casou, a gente sempre soube que as coisas iam se transformar. Que o nosso casamento não é um casamento convencional. Existem necessidades emocionais que ao longo da vida a gente vai mudando e a gente foi descobrindo. Eu sou casada com o meu melhor amigo", afirmou a cantora.

Ciúmes e amadurecimento na poligamia

No ponto de vista psicológico, Fabrício ressalta que é importante para uma pessoa adepta a poligamia o trabalho da calma e da empatia: “Tem que ter uma personalidade para facilitar harmonia entre todos, assim as relações são amenas e sem muitos danos psíquicos”, explica.

Essas características podem frutificar bastante uma relação poligâmica e mostrar à uma sociedade monogâmica que, com um entendimento maduro e relacional, a convivência pode seguir sem abalar nenhum participante, nem criar danos psíquicos.

“Sabemos que a maioria das separações de casais são de traições, e nos autores do gênero masculino, seus desejos não conseguem ser controlados. O machismo desperta essa face. As mulheres por outro lado, também despertam desejos por outros homens, mas a maioria tende a controlar”, sinaliza o psicólogo sobre a monogamia.

Apesar disso, ao longo dos anos a psicologia vem estudando comportamentos relativos à poligamia, focando na saúde mental das mulheres e fatores de risco existentes, como o predomínio de situações de violência emocional e física pelo esposo – alerta o psicólogo.