icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Psicologia do apocalipse

Exibido apenas durante o festival do Rio de 2011, longa metragem 'O Abrigo' do diretor Jeff Nichols, chega este mês às lojas em DVD.

Publicado em 20/09/2012 às 6:00


Como Lars Von Trier, o diretor Jeff Nichols não concebe o fim do mundo como a hecatombe pirotécnica que os estúdios convencionaram projetar nas telas do cinema.

Interessa ao jovem cineasta, duas vezes nomeado à Palma de Ouro em Cannes, a catástrofe pensada pela mente doentia de seus personagens.

O Abrigo (Take Shelter, EUA, 2011), seu thriller psicológico protagonizado por Michael Shannon, chega este mês às lojas em DVD (Sony, R$ 34,90) após brilhante carreira em festivais internacionais.

Em uma pacata cidade de Ohio (EUA), Curtis (Shannon) vive com a esposa Samantha (Jessica Chastain) e a filha com problemas de surdez. A segurança de seu emprego, única esperança para um tratamento decente da menina, começa a ser abalada por visões recorrentes que o pai de família tem de uma tempestade que se aproxima sorrateiramente.

As visões vêm em flashes repentinos e em pesadelos que atormentam o cotidiano de Curtis, que passa a gastar suas minguadas economias na reforma de um abrigo anti-tornados construído no jardim de sua casa.

A degradação do protagonista merece ótima interpretação de Shannon, que tem roubado a cena em filmes como Foi Apenas um Sonho (2008) ou Em Busca de uma Nova Chance (2009), sempre em papéis pequenos, de profundidade dramática inversamente proporcional.

A narrativa é oferecida em pouca dosagem ao espectador, e o suspense se constrói a partir do silêncio absoluto de Curtis (que esconde seus pressentimentos de todos) e o modo como seu comportamento estranho afeta sua relação com a família e a vizinhança.

Enquanto oscilamos entre a expectativa pelo desastre que se anuncia e a dúvida em torno da sanidade mental de Curtis, acompanhamos a cruzada financeira empreendida pela classe média americana em meio a uma economia instável, também à beira do precipício.

A maneira 'oldschoool' de Nichols filmar o fim do mundo, com pitadas de Kubrick e Hitchcock, é uma razão a mais para conferir este longa-metragem que não estreou no Brasil, e que só não ficou inédito por sua breve passagem no Festival do Rio de 2011.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp