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CULTURA

Repentistas apostam na inovação para continuarem na ativa

9º Desafio Estado contra Estado acontecerá no próximo sábado (20) em Campina Grande e mostra força da cantoria de viola. 

Publicado em 16/11/2015 às 17:26

Quem acredita que os mais de 200 anos da cantoria de viola está impondo aos repentistas sinais de esgotamento do gênero, desconhece totalmente o que está sendo preparado para o 9º Desafio Estado contra Estado, que acontecerá no próximo sábado (20), no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande. O evento foi anunciado para a imprensa nesta segunda-feira (16), em um restaurante da cidade.

Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15. Estão à venda, em Campina Grande, na Banca do Orlando e no Bar do Genival. Também existem pontos de venda também nas cidades de Boa Vista, Soledade e Remígio. Para mais informações: 9924 7688.

Para estimular a concorrência e atrair mais apreciadores, a organização estabeleceu, pela primeira vez, prêmios individuais para os vencedores e definiu que a disputa será individual, e não mais entre as duplas.

Mas a busca pela manutenção e ampliação do público apreciador da cantoria de viola não tem permitido grandes mudanças. Um dos organizadores do Desafio, o poeta e declamador Iponax Vila Nova, garante que os participantes vão oferecer o melhor do gênero. Ele argumenta que o público fiel tem rejeitado iniciativas inovadoras, como a fusão com outros ritmos, mudanças musicais e a introdução de outros instrumentos.

O cantador paraibano Rogério Meneses, explica que a maior parte do público rejeita mudanças na cantoria e relembra que recentemente presenciou apreciadores do gênero realizando críticas fortes a um conhecido músico que inovou no seu último CD, introduzindo violões e outros instrumentos. “Eles diziam que se quisessem ouvir música popular, não procurariam por cantoria de viola”, desabafa.

Mas a Cantoria de viola não passa totalmente imune às inovações. A estratégia dos cantadores é aperfeiçoar a realização dos eventos, a comercialização e a divulgação do seu trabalho, num esforço que pode ser chamado de empreendedorismo musical. Durante o desafio, o público também terá a sua disposição uma feira de CDs e DVDs, muitos dos quais com os músicos que se apresentarão no evento.

Iponax, que é um dos principais promotores do Desafio Estado Contra Estado desde 2003, garante que hoje a maioria dos cantadores sobrevivem exclusivamente do seu trabalho. Ele é um exemplo, pois comanda um programa de rádio sobre o gênero, promove vários festivais e para dezembro já tem pelo menos 20 apresentações agendadas.

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Jornal da Paraíba

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