Bolsonaro inelegível é bem feito ou ainda é pouco?

Nesta terça-feira (27), o Tribunal Superior Eleitoral retoma o julgamento de Jair Bolsonaro. Se for condenado, o ex-presidente ficará inelegível por oito anos.

No Brasil, é tão fácil prender, manter preso e, mais tarde, condenar um pequeno criminoso. Mas é muito difícil punir Bolsonaro por todos os inaceitáveis ataques à democracia cometidos durante os quatro anos do seu - como disse Chico Buarque - funesto governo.

Outro dia, num desses programas da GloboNews, vi o jornalista e sociólogo Demétrio Magnoli dizer que uma condenação de Jair Bolsonaro no TSE seria uma espécie de "jeitinho brasileiro". Na verdade, segundo Magnoli, o ex-presidente precisaria de uma condenação - palavras minhas - muito mais severa.

"Jeitinho brasileiro" ou não, não deixa de ser importante que a corte eleitoral condene Bolsonaro. E logo, antes que o semestre acabe. É o mínimo, mas é fundamental banir o ex-presidente da vida eleitoral brasileira.

Na Folha de S. Paulo de hoje, Bolsonaro diz que tem uma bala de prata para a disputa de 2026. Não duvido. Haverá de ter. Até lá, o que milhões de democratas realmente esperam é que ele seja atingido por outras punições, além da mera inelegibilidade. Bolsonaro precisa pagar pelo que fez e pelo que deixou de fazer.