SILVIO OSIAS
Ficção: Depois de sair da prisão, Bolsonaro se reelege presidente e indica seu advogado para o STF
Publicado em 29/05/2023 às 8:21
Nesta segunda-feira (29), a coluna traz um post de ficção. O colunista crê que não carece de explicações.
2026. Inelegível e preso por crimes que cometeu, o ex-presidente Jair Bolsonaro não pôde disputar a eleição presidencial. As pesquisas de opinião mostravam que ele seria o único candidato com chances de vitória numa disputa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, aos 80 anos, almejava um quarto mandato.
A situação de Bolsonaro em 2026 lembrava a do então ex-presidente Lula em 2018. Favorito nas pesquisas, mas condenado pela Operação Lava Jato, Lula foi preso em Curitiba, e o PT disputou a eleição com Fernando Haddad, à época chamado de "poste". Jair Bolsonaro foi o vencedor.
Em 2026, sem Bolsonaro, a extrema-direita foi para a disputa com Tarcísio de Freitas, que renunciou ao governo de São Paulo para enfrentar Lula. Tarcísio de Freitas foi o "poste" de 2026. Lula conquistou o quarto mandato. Ironicamente, graças a Haddad, o "poste" de 2018, que estabilizou a economia como seu ministro da Fazenda.
2027. As sentenças contra Bolsonaro foram anuladas, e o ex-presidente foi solto depois de passar mais de 500 dias preso. Em frente ao local onde ele cumpriu a pena, centenas de bolsonaristas montaram um acampamento no qual defendiam o fechamento do Congresso e do Supremo e pediam a volta do regime militar.
2028. Jair Bolsonaro voltou ao cenário político nacional e fez algumas viagens ao exterior, durante as quais conversou com líderes da extrema-direita mundial. Começava a se preparar para disputar a eleição presidencial de 2030.
2030. Não mais um "poste", Fernando Haddad disputou a eleição presidencial pelo PT, enfrentando Bolsonaro, o líder inconteste da extrema-direita brasileira. Bolsonaro, 75 anos, venceu.
2031. Nos primeiros meses do mandato de Bolsonaro, foi aberta uma vaga no Supremo Tribunal Federal com a aposentadoria do ministro Gilmar Mendes, que completou 75 anos no final de 2030.
Em seu primeiro mandato, entre 2019 e 2022, Bolsonaro indicou dois ministros do STF: Kassio Nunes Marques e André Mendonça, este, o ministro "terrivelmente evangélico".
Dessa vez, Bolsonaro não se mostrou mais preocupado em ser "terrivelmente evangélico" na indicação. Nem "terrivelmente ideológico".
Nada disso. Dessa vez, Bolsonaro disse que queria ser "terrivelmente grato". A gratidão como uma das grandes virtudes do ser humano, ainda que misturada com as coisas do estado e do governo.
Nada mais apropriado, então. Em 2031, o presidente Jair Bolsonaro indicou para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal o seu advogado, Frederick Wasseff.
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