Uma poesia efêmera

Nesta terça-feira, às 19h30, na Casa das Artes Visuais (CAV), em João Pessoa, acontecerá a vernissage gratuita da exposição Olhar Tátil, do fotógrafo Antonio David.

Premiado fotojornalista paraibano, David conta que a ideia da mostra veio nas suas andanças e 'cliques' pela orla marítima da capital. "Percebi quando a maré baixava, havia belíssimas construções de desenhos nas areias. Por que não 'garimpar' esses desenhos efêmeros?", se indagou.

O resultado é a visão poética e artística presente na exposição, que ficará aberta ao público até o dia 21 de setembro.

Antonio David ressalta que a técnica usada foi fotografar as formas esculpidas naturalmente na areia da praia sempre a 45 graus, em contraluz. "Para muitos, isso estraga a fotografia, mas uso como uma qualidade para obter na textura o baixo e alto relevo, levando a noção de espaço tridimensional", explica.

Para fazer a composição das obras, o artista procurou base nas pesquisas das descrições rupestres dos homens das cavernas, dos pintores da Renascença e dos grandes mestres do cinema.

"É a minha maneira de se comunicar com as pessoas", frisa o paraibano.

Para Olhar Tátil, David fotografou principalmente na Ponta do Seixas, no Altiplano, pois a constante erosão do local permite a formação de formas, cores e brilhos para suas composições.

Estarão expostas também, a convite do artista, fotografias dos cinco ganhadores do concurso 'Foto na Praça', promovido pela CAV: Igor Suassuna, Luca Fiorini, David Trindade, Alberto Moreira e Sandra Vasconcelos. "A fotografia paraibana sempre esteve em alta", garante Antonio David.