80% dos empreendedores jovens são mais otimistas, afirma pesquisa

“A crise não chegou em nossa empresa. Nosso faturamento dobra a cada ano”. Essa foi a afirmação do empresário Felipe Alves, 25 anos, um dos sócios das duas unidades da Sevilha Barbearia, em João Pessoa. O ritmo de expansão do seu negócio se encaixa perfeitamente no perfil dos jovens empreendedores com idade entre 18 e 34 anos que estão não apenas resistindo à recessão, mas otimistas com o futuro do próprio negócio.

Ao contrário da estagnação em que se vê em muitos segmentos do mercado, 85,3% dos jovens empresários do Nordeste projetam crescimento no faturamento do empreendimento nos próximos cinco anos. O índice é mais positivo do que o nacional, em que 78,3% dos entrevistados têm a mesma expectativa.

Os dados são de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todo o país. Os principais motivos que levam o jovem empreendedor do Nordeste a crer que o faturamento da empresa deverá crescer nos próximos cinco anos são dedicação e empenho. Esta foi a opção citada por 79,5% dos entrevistados da região.

O empresário Felipe Alves contou que comprou a primeira unidade da barbearia em 2010, época em que era sócio de um primo. O empreendimento, no Bairro dos Estados, na capital paraibana, ganhou 'upgrade', com serviço mais qualificado, com valor agregado e pessoal treinado. O sucesso foi tanto que Felipe, com a ajuda de outro sócio, abriu a segunda unidade, a Sevilha Barbearia Club, voltada para público de todas as classes. “A segunda unidade tem preço mais alto cerca de 20% por causa do tamanho e infraestrutura. Mas o serviço oferecido é o mesmo em ambas. Atendemos somente homens e oferecemos desde cortes tradicionais até tratamentos completos”. E os planos do empreendedor não param por aí. Ainda este ano ele deve implantar novas unidades. “Vamos definir quantas são, mas pode ser na Paraíba ou fora do Estado”.

Para a analista de orientação empresarial da agência Sebrae Sul, em Mangabeira, Kátia Guedes, “quem tem este perfil de empreendedorismo, que não se joga no mercado sem estudo prévio, se capacita e prepara os funcionários, consegue se sobrepor”, afirmou.