ECONOMIA
Alta da moeda requer orientação
Valorização do dólar traz também implicações boas para empresas nacionais.
Publicado em 25/08/2013 às 11:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 16:21
Mesmo sob incertezas da cotação da moeda americana, que na última sexta-feira apresentou uma forte queda de mais de 3%, caindo de R$ 2,43 para R$ 2,35, após estratégia do Banco Central de adotar leilões diários no mercado de câmbio para irrigar o mercado da moeda e frear o ímpeto dos investidores, o dólar vem ganhando, em termos de rentabilidade, dos demais investimentos como ouro, Bolsa e de outras aplicações.
Contudo, a busca por orientação nesse cenário de incertezas seja como investidor ou empresário é fundamental. Segundo uma das sócias da empresa Futura Invest, Talitha Tuane, o investimento em dólares pode ser recomendado apenas para quem vai ter despesas futuras na moeda e deseja se proteger contra maiores altas, sendo recomendado mais de uma compra para formação de um melhor preço médio no final. Tuane diz que a valorização da moeda americana trará benefícios para as exportações e tende a piorar as importações. Mas, segundo ela, esse impacto positivo não é instantâneo. “Temos que considerar a rigidez dos contratos e a redução dos mercados compradores. A Paraíba em si não é um estado onde o setor industrial prevalece, então, sentimos mais do lado das importações na hora de comprar produtos importados e no setor de turismo”, enfocou.
O presidente do Sindicato das Indústria Têxtil da Paraíba, Magno Rossi, afirmou que na atual conjuntura econômica, há literalmente os dois lados da moeda. “Se por um lado a alta do dólar vai trazer queda dos produtos importados, por outro a indústria nacional tende a ser mais valorizada”.
No entanto, Magno Rossi fez uma ressalva de que, o empresário que precisa de matéria-prima estrangeira para trabalhar terá que buscar alternativas para não perder dinheiro. Uma das estratégias, para ele, é buscar negociações junto ao governo federal para trazer subsídios que possam baratear os insumos.
O secretário executivo da Indústria e do Comércio da Paraíba, Marcos Procópio, afirmou que a alta do dólar tem impacto em, praticamente, toda a economia do país. “Não sei aonde o dólar não influencia na composição de preços dos produtos. Seja no pão francês, por causa do trigo, na energia elétrica, nas passagens aéreas ou no combustível”.
De acordo com Marcos Procópio, o que estamos vendo atualmente, é um reflexo de uma situação já esperada. “À medida que o governo brasileiro não retoma o equilíbrio econômico como um todo, isso faz com que os investidores migrem para outros países”.
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