Antenas ainda são insuficientes

Quedas nas ligações, falhas de serviços e baixa velocidade na internet móvel são alguns dos problemas enfrentados por Estados que têm infraestrutura de ERBs (Estações Rádio Base) ou antenas deficientes. Segundo dados da Anatel, a Paraíba possui 910 dessas antenas, número considerado insuficiente por especialistas, tendo em vista o alto volume de celulares ativos na região, que já registra 4,6 milhões de aparelhos ativos.

De acordo com o professor de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações Joabson Nogueira, o grande problema na Paraíba é que essas antenas são mal distribuídas, afetando a qualidade dos serviços oferecidos. “Não adianta ter ERBs, elas precisam ser bem localizadas. Por si só o número de ERBs no Estado é insuficiente, já que existem mais de 4,6 milhões de usuários. Isso fica ainda pior porque as antenas não são bem distribuídas”, avaliou.

Do total de antenas instaladas, 40,66% estão concentradas em João Pessoa e Campina Grande, que possuem, respectivamente, 286 e 90 ERBs. Apesar do cenário, é possível constatar diversos problemas nos serviços de telefonia destas cidades, conforme ressaltou o especialista. “Os clientes de telefonia têm problema com internet e ligação porque ainda existe grande disputa pelo sinal em uma única antena. Isso só pode ser resolvido quando melhorar a distribuição e crescer o volume das ERBs”, disse Joabson Nogueira.

O especialista ressaltou que com o aumento das possibilidades de acesso à internet, a tendência é que a situação fique ainda mais crítica. “Hoje temos uma crescente quantidade de usuários de smartphones. Esses aparelhos costumam rodar internet o dia todo, então o usuário faz uso da rede por muito tempo, ele ocupa essas antenas por um período maior”.

TIM LIDERA EM ERBs

Das 910 antenas instaladas na Paraíba, 272 (29,89%) pertencem à operadora Tim, que ocupa o primeiro lugar no número de ERBs. A operadora possuía em julho – mês do último registro feito pela Anatel – 1,52 milhão de clientes.
Apesar de estar em primeiro lugar no ranking de usuários ativos, a Oi, com 1,56 milhão de clientes na Paraíba, ocupa a segunda posição no número de antenas (233 ERBs).

Com 1,2 milhão de chips ativos, a Claro possui 199 antenas, enquanto a Vivo, que possui menos da metade de clientes, já conta com 196 antenas instaladas. Neste cenário, a operadora que consegue aliar o volume e a boa distribuição de antenas está menos suscetível a falhas no fornecimento de serviços.

O cálculo é lógico: se existe pouca antena para um grande número de usuários, a tendência é que a concorrência por uma única antena seja alta, fazendo com que o repasse de dados precise ser fatiado em pedaços aos clientes. Este compartilhamento disponibiliza baixa velocidade de internet e, consequentemente, possíveis falhas no serviço.

De acordo com Joabson Nogueira, fornecer antenas suficientes é essencial para garantir aquilo contratado pelos usuários. “As falhas nos serviços estão ligadas à densidade demográfica da região. Quando se tem uma área com muitos usuários de uma operadora, que disponibiliza poucas antenas, acarreta na maior disputa pelo fluxo de dados. O Centro da capital, por exemplo, costuma reunir maior fluxo de pessoas, então precisa ter maior quantidade de antenas. O mesmo acontece com espaços com grande aglomeração de pessoas, como os shoppings, que precisam ter antenas próprias”, explicou Joabson.

O QUE SÃO ERBs?

As estações Rádio Base (ERBs) ou antenas são equipamentos que fazem a conexão entre os telefones celulares e a companhia telefônica.