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ECONOMIA

Aulas de programação estimulam raciocínio

Conhecer as particularidades de softwares pode estimular desde cedo a construção de um pensamento lógico, diz professora.

Publicado em 14/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 13:06

O ensino de programação para crianças vem ganhando destaque entre pais e educadores mais modernos. De acordo com a professora Karoline Lira, que ministra a disciplina para adultos na Faculdade Estácio, em João Pessoa, esse entusiasmo tem fundamento, uma vez que conhecer as particularidades de softwares pode estimular desde cedo a construção de um pensamento lógico e o hábito da organização.

“A ideia defendida por pedagogos e executivos de tecnologia é de que, em um mundo cada vez mais digital, saber interpretar e escrever códigos é tão importante quanto ler, escrever e fazer contas”, comenta. “E são muitas as habilidades que a programação desenvolve nos alunos, como a resolução de problemas de raciocínio lógico e matemática, o que contribui também em outras áreas”, complementa.

De olho no interesse crescente do público infantil, várias plataformas têm sido criadas para facilitar esse ensino precoce.

O 'Scratch', uma das mais conhecidas, é voltada para crianças acima de 8 anos e utiliza um sistema que permite a elaboração de histórias animadas, jogos, músicas e simuladores. Já o 'Codecademy', para adolescentes a partir de 12 anos, é uma ferramenta indicada para qualquer pessoa que queira ter conhecimentos em linguagens como Python, Ruby, PHP, HTML ou JavaScript.

Por sua vez, quem tem filhos menores, com idade entre 5 e 8 anos, tem a possibilidade de investir no 'Daisy the Dinosaur', aplicativo exclusivo para iPad que ensina os conceitos básicos da lógica de programação. Ele funciona a partir do arranjo de blocos coloridos que possuem comandos como 'rolar', 'saltar' e 'crescer', arrastados para uma área específica e executados por um dinossauro.

Conforme Karoline, embora conte com diversas facilidades, o ensino de programação para crianças não deixa de ser um desafio e deve ser feito de maneira simples e lúdica. “O professor tem que estimular a criatividade e a aprendizagem pela descoberta. As crianças devem entender que elas são responsáveis pelo que o computador faz e que têm o poder de comandar a máquina. O ensino também deve ser sempre um momento de diversão”, afirma.

Em relação à idade adequada para iniciar os estudos na área, a especialista acredita que isso deva acontecer o mais cedo possível. “Quando combinamos a tecnologia com a programação precoce, estamos agregando um grande valor ao processo ensino e aprendizagem”, finaliza, mostrando-se otimista quanto à expansão ainda maior do ensino de programação. “Em breve, as pessoas vão descobrir que aprender a programar é necessário, afinal faz bem ao cérebro”.

PARTICULARIDADES DEVEM SER RESPEITADAS

Apesar de representar um avanço e ser dotado de muitas vantagens, o aprendizado infantil de programação não pode ser algo imposto, avalia a pedagoga Maria do Socorro do Nascimento. Segundo ela, é primordial que as características individuais de cada criança sejam respeitadas e que o ensino esteja de acordo com a faixa etária de cada aluno.

“Os recursos tecnológicos, os artefatos midiáticos não devem estar muito acima do que a idade mental da criança ou a maturação biológica podem suportar, sob pena de ela começar a desenvolver tais atividades apenas 'mecanicamente', pulando etapas e atropelando de certa forma a 'trajetória' dos estágios de desenvolvimento”, ressalta.

Maria do Socorro ainda frisa a importância de uma atenção maior por parte dos pais e educadores para evitar a exposição das crianças aos riscos da internet. “Sem planejamento e sem formação das pessoas envolvidas no processo educativo, a conquista dos recursos tecnológicos na escola pode trazer, inclusive a possibilidade das crianças ficarem mais expostas aos ataques dos pedófilos”, alerta, evidenciando que, se houver os devidos cuidados, os ganhos serão inúmeros.

“Superando-se as dificuldades iniciais da introdução desses recursos no cotidiano da escola e respeitando-se minimamente as orientações das teorias psicogenéticas, o saldo positivo da relação é incontestável”, conclui. (Especial para o Jornal da Paraíba)

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Jornal da Paraíba

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