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ECONOMIA

Brancos ganham em média 40% a mais do que pretos e pardos na Paraíba

De acordo com levantamento, a diferença ocorre no setor formal e no informal.

Publicado em 06/11/2019 às 15:05 | Atualizado em 02/03/2023 às 17:32


                                        
                                            Brancos ganham em média 40% a mais do que pretos e pardos na Paraíba
.Foto: Divulgação

As pessoas brancas têm um rendimento de cerca de 40% superior ao que é recebido por pretos e pardos na Paraíba. O dado é da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (6). O levantamento sai exatamente 15 dias antes do Dia da Consciência Negra.

A SIS é feita com base na análise das condições de vida da população brasileira em 2018, tendo em vista aspectos como mercado de trabalho e estrutura econômica distribuição de renda e padrão de vida; e educação. O estudo é baseado, principalmente, em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).

De acordo com o IBGE, nas ocupações formais o rendimento médio real de pretos e pardos é de R$ 1.570. Já os brancos, tem um rendimento equivalente a R$ 2,2 mil.

A diferença de 40% também se mantém quando se analisa o mercado de trabalho informal. Brancos recebem cerca de R$ 1.056, enquanto pretas ou pardas ganham em torno de R$ 752.

Quando são comparadas as categorias homens e mulheres, com rendimentos médios de R$ 1.867 e R$ 1.704, respectivamente, a diferença entre os rendimentos é de aproximadamente 9,5%, em empregos formais. No campo informal, o masculino é de R$ 944, cerca de 39% superior ao feminino, de R$ 679.

Segundo o IBGE, cerca de 1,5 milhão de pessoas estão ocupadas na Paraíba, sendo que 28,1% estão empregadas sem carteira de trabalho assinada. Essa é a quarta maior proporção do país, atrás apenas do Tocantins, com 31,7%; do Ceará, com 29,5% e da Bahia, com 28,2%.

Além disso, aproximadamente 23,1% do total estão empregados com carteira assinada; 10,4% são militares ou funcionários públicos estatutários; 29,7% trabalham por conta própria e 3,1% são empregadores. A taxa de desocupação no estado é de 10,3%, menor índice da região Nordeste.

Paraíba é o 2º estado mais desigual

Na Paraíba, 10% da população ocupada com os maiores rendimentos recebe um valor médio de R$ 7,1 mil, enquanto que para os 40% com os menores rendimentos, essa quantia é de R$ 438. Assim, a pesquisa apontou que o primeiro grupo recebia, em 2018, cerca de 16,2 vezes mais do que o segundo.

Esse método, conhecido como “Razão 10/40”, indica que, quanto mais expressiva a razão, maior é a desigualdade. Entre todas as Unidades da Federação, a Paraíba ficou atrás apenas do Piauí, em que a razão foi de 18,4 vezes. O estado tem uma razão superior à média nacional, de 13, e à regional, de 14,1.

No que se refere às residências, a pesquisa aponta que, em 2018, cerca de 44,8% da população paraibana teve um rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo. Por ourto lado, 0,7% não teve rendimentos.

Em relação às linhas de pobreza, como o Brasil não possui uma oficial, o IBGE considerou os valores de US$ 1,90 diário per capita, estabelecido pelo Banco Mundial como limite para a definição de pobreza global, e o de US$ 5,50 diário per capita, da mesma instituição, mas direcionado para países com rendimento médio-alto, como é o caso do Brasil.

No primeiro grupo, está inserida cerca de 11,2% da população paraibana, aproximadamente 447 mil pessoas, conforme a pesquisa. Já o segundo é mais abrangente e inclui 40% da população, o que representa 1,588 milhão de pessoas nessa linha de pobreza.

Imagem

Jhonathan Oliveira

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