ECONOMIA
Cenário pode favorecer vendas do varejo e indústrias locais
Indústria e varejo paraibano devem ter crescimento em torno de 5% no último quadrimestre do ano, segundo afirmam especialistas de mercado.
Publicado em 25/08/2013 às 11:00
Apesar do cenário pouco favorável para as compras de estoques para este segundo semestre, tendo em vista a alta dos juros e a diminuição das vendas no comércio, a indústria e varejo paraibano devem ter crescimento em torno de 5% no último quadrimestre do ano, segundo afirmam especialistas de mercado.
Com dólar operando entre R$ 2.35 e R$ 2,40, a expectativa é que a Paraíba tenha aumento no desempenho econômico, levando em conta que as importações e gastos no exterior tendem a diminuir.
O presidente da Federação Paraibana de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), Artur Melo de Almeida, explicou que o atual cenário cambial gera dois efeitos distintos na economia paraibana. “Estamos passando por um momento de arrefecimento em todo o país, mas no atual momento encontramos um fator que tem aspecto bom e ruim. O aumento do dólar é ruim, devido a quantidade de produtos importados pelo Brasil. Ao mesmo tempo, a situação faz com que menos pessoas viagem e comprem no exterior, o que traz aspecto positivo para o nosso varejo”, disse.
De acordo com Artur Melo, alguns setores devem se destacar e o comércio da capital paraibana deve ter crescimento de 5% neste último quadrimestre, comparando com o mesmo período do ano passado. “Nestes últimos meses teremos um crescimento significativo. É normal que o estoque esteja menor, acompanhando a tendência de todo o ano, mas para alguns setores é certo que a proposta vai ser boa, como na indústria têxtil, que teve bom desempenho durante todo ano”, apontou.
No comércio de Campina Grande, a tendência é que o varejista atrase as compras nas indústrias, tendo em vista o cronograma salarial da população. “Tivemos crescimento devagar durante o ano, mas acredito que nos próximos meses teremos uma reação do mercado. Essa demanda deve aumentar no final de novembro, neste período o comércio tradicionalmente amplia as vendas, devido ao recebimento do 13º salário”, disse o presidente da Associação Comercial de Campina Grande (ACCG), Álvaro Morais.
Para acompanhar a demanda dos varejistas, as fábricas deverão estar com seus estoques preparados, é o que defende do presidente da ACCG. “Não acredito que o varejo vá reduzir as encomendas, mas vejo que as compras vão ser feitas em cima da hora, no final de novembro e início de dezembro. A indústria tem que ter uma logística eficiente para atender a demanda num curto prazo de tempo”, disse Álvaro Morais.
Já os representantes do setor supermercadistas acreditam que haverá alta na receita arrecadada nos próximos quatro meses do ano, mas o volume da estocagem não acompanhará o mesmo ritmo.
“A gente espera que aconteça crescimento nas vendas. Para o último quadrimestre deste ano esperamos o crescimento médio de 7% nas compras. Mas o crescimento dos ítens comprados vai ser de aproximadamente 3%”, disse o presidente da Associação Paraibana de Supermercados, Cícero Bernardo.
Nos últimos quatro meses do ano, a indústria deve acompanhar o crescimento da demanda varejista, segundo estimativas de Buega Gadelha, que preside a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB). “A indústria cresceu 9,1% neste último mês. Dos 20 setores industriais examinados recentemente pelo IBGE, todos os 20 cresceram suas receitas. Então acredito que nos últimos meses a demanda continue crescendo, em torno de 4% a mais que ano passado”, disse.
O presidente do Fiep-PB explicou ainda que a tendência é que o atual cenário monetário do país incentive a indústria nacional como um todo.
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