ECONOMIA
Chips projetam a PB no cenário nacional
Projetos são desenvolvidos por estudantes dos cursos de Ciências da Computação e Engenharia Elétrica da UFCG, desde 2006.
Publicado em 28/03/2012 às 6:30
Uma pesquisa tecnológica na área de projeção de chips com funções diferenciadas faz com que a Paraíba se destaque no país por meio do programa do governo federal Brazil-IP. Os projetos são desenvolvidos por estudantes de graduação dos cursos de Ciências da Computação e Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) desde 2006. Nesses seis anos já foram criados dois produtos de microeletrônica, sendo o último a projeção de um chip capaz de reconhecer a voz humana.
De acordo com o coordenador técnico nacional do Brazil-IP e professor da UFCG, Elmar Melcher, as criações produzidas no Laboratório de Arquiteturas Dedicadas (LAD) da universidade visam capacitar os alunos para atuar no mercado da produção de chips e desenvolver pesquisas acadêmicas. O professor também não descarta a possibilidade de comercialização dos chips por empresas do segmento tecnológico, diante da aplicação e funcionalidade dos produtos no ambiente doméstico ou empresas. “A princípio, os produtos não são comercializados. Se alguma empresa se interessar, teria que ser conversado com a universidade”, disse.
Um dos produtos desenvolvidos pelo LAD é o chip Speaker Verification System (SPVR), criado pelo grupo desde 2009 para verificar automaticamente a identidade vocal. O objetivo do chip é identificar se o locutor é quem alega ser. Segundo Elmar Melcher, a ideia para a criação do chip é principalmente trabalhar como um sistema de segurança, podendo ser aplicado nos mais diversos ambientes, como residências, carros, computadores, entre outros ambientes.
“O usuário se cadastra no sistema, grava um código (que pode ser uma frase ou uma palavra) e o papel do sistema é identificar se o usuário que está falando é o que diz ser. Se a voz não for confirmada, o acesso é rejeitado pelo sistema”, explica Lucas Paixão, um dos estudantes do projeto.
Ainda segundo Lucas, para os testes do SPVR, os estudantes passaram por um treinamento de forma que o chip carregue as características vocais da pessoa. Esse chip é o mais complexo já desenvolvido por iniciativas públicas ou privadas.
Anteriormente, esse posto era ocupado pelo chip MPEG-4, que funcionava como um decodificador de vídeo, também projetado no LAD.
Este ano, a equipe do LAD prepara-se para a terceira rodada do Brazil-IP. A proposta dos estudantes é projetar um chip que funcione como uma espécie de modem para a comunicação pela rede elétrica. “Esse modem poderia ser utilizado, por exemplo, para permitir a comunicação entre eletrodomésticos”, disse Lucas. (Especial para o JP)
Comentários