Com recuo de 5,1%, PIB da PB registra maior queda do NE

O Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba teve uma queda de 5,1%, no ano passado, em comparação a 2014, conforme uma pesquisa da 4E Consultoria, que considera dados do IBGE, do Ministério do Trabalho e do Banco Central. O Estado teve a maior queda entre os demais do Nordeste e a sexta maior do país. A média do Brasil medida pelo IBGE foi de uma redução de 3,8%, com retração em todos os estados. O PIB paraibano foi estimado em R$ 45,042 bilhões, o que evidencia que a economia retrocedeu a um patamar inferior ao de 2013 (R$ 46,327 bilhões).

As maiores quedas do PIB ocorreram nos estados do Norte e do Nordeste. Amazonas lidera a lista com redução de 9,1%. Se em 2014, o PIB do Nordeste foi o que mais cresceu (1,6%), em 2015, a região teve o segundo pior desempenho (-4,1%).

O sócio da 4E Consultoria, Leopoldo Gutierre, um dos realizadores do estudo, explica que a economia paraibana teve uma queda superior aos demais estados nordestinos em decorrência da fragilidade econômica. “Em torno de 75% da economia paraibana é do setor de serviços, incluindo aí o comércio e, principalmente, a administração pública, que corresponde a mais de 25% do total. As transferências da União para o Estado reduziram 3,8%, então, isto tem um efeito muito forte para os municípios”, afirmou.

O consultor destaca que o segmento do varejo ampliado na Paraíba, que inclui os segmentos de veículos e materiais de construção teve uma baixa de 14,3%, em 2015, conforme o IBGE. “O comércio está diretamente ligado ao consumo das famílias, mas houve uma grande diminuição justamente por conta do aumento do desemprego. Além disso, a confiança do consumidor diminuiu, o que contribui ainda mais para a retração do consumo”.

Leopoldo Gutierre também falou que os desempenhos da indústria e do setor agropecuário também foram negativos. “As safras de feijão e milho, por exemplo, são muito pequenas, e ainda tiveram quedas de 60%. A indústria paraibana é pequena e encolheu com uma série de demissões ocorridas em 2015. O setor foi um dos que mais reduziram sua mão de obra”. O estudo da 4E Consultoria teve por base os dados reais do PIB do ano de 2013, que foi divulgado pelo IBGE no final do ano passado. Em cima dos números reais foram feitas estimativas relativas aos anos de 2014 e 2015.