ECONOMIA
Construção civil desacelera em JP
Apesar da alta no faturamento, vendas de imóveis na grande João Pessoa teve baixa de 4,19% em 2011.
Publicado em 04/02/2012 às 6:30
Apontado como um dos termômetros da economia paraibana, o setor da construção civil também não ficou imune à desaceleração da economia brasileira no ano passado. Em João Pessoa, embora as vendas de imóveis novos tenham crescido numa taxa mais tímida que em anos anteriores, houve queda nas unidades financiadas, segundo levantamento encomendado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-JP).
De acordo com os números consolidados, as vendas de unidades da Grande João Pessoa fecharam com uma redução de 4,19%, em 2011, enquanto o faturamento teve alta de 6,68%, índice bem abaixo do registrado no ano de 2010 em comparação com 2009, quando o setor viveu um verdadeiro “boom” de crescimento e o montante de vendas aumentou 92,7%.
Para o tecnólogo em negócios imobiliários, Fábio Henriques, responsável pelo levantamento dos dados, foram negociados 5,796 mil imóveis, em 2011 contra 5,553 mil unidades vendidas (-4,19%). Por outro lado, o faturamento das empresas do setor, no ano passado, chegou a R$ 1,531 bilhão, superando em apenas R$ 96 milhões o valor total de 2010 (R$ 1,435 bilhão).
A alta no faturamento, mesmo diante da redução da quantidade de unidades vendidas, segundo o tecnólogo Fábio Henriques, foi ocasionada pela valorização do metro quadrado na grande João Pessoa e pelas vendas de imóveis de empreendimentos com maior valor agregado. “Muitos empreendimentos de alto valor agregado foram lançados no ano passado e por isto a média de preço das unidades vendidas foi maior”, ressaltou.
A taxa de velocidade de vendas de imóveis em estoque caiu de 9,49%, em 2010, para 8,23%, em 2011.
Mesmo com o índice de crescimento bem abaixo do registrado em 2010, Henriques comentou que o crescimento registrado na Grande João Pessoa pode ser considerado satisfatório. “Os problemas econômicos nos EUA e na Europa refletiram também no mercado brasileiro. Em João Pessoa tivemos a vantagem ainda de conseguir continuar com o crescimento do faturamento do setor, outras capitais, como São Paulo, por exemplo, tiveram um dos piores anos do setor imobiliário nos últimos tempos”, avaliou.
Além da interferência da crise econômica internacional, o presidente do Sinduscon-JP, Irenaldo Quintans, ponderou que o crescimento de 2010 foi algo atípico e, por este motivo, não há como fazer uma comparação com a alta registrada no ano passado. “2010 foi um ano totalmente atípico. Foi um ano de pico, de retomada da atividade econômica para a maior parte dos setores. As atividades chegaram praticamente ao máximo.
Em 2011, como é a tendência natural da economia, houve redução no ritmo de crescimento, mas o importante é que continuamos crescendo”, comentou. “Considero o resultado muito bom, principalmente porque não ficamos estagnados”, diz.
Sobre a queda de imóveis vendidos, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PB), Rômulo Soares, disse que "mercadologicamente não foi percebido nenhum desaquecimento nas vendas. As vendas continuam em alta. A diferença agora é que as pessoas estão pesquisando mais antes de comprar, e se tornando mais exigentes”.
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