ECONOMIA
Custos altos já elevam preços em cardápios
Alta de produtos como farinha, tomate e cebola vem afetando os proprietários de pizzarias que já anunciam reajuste de 10%.
Publicado em 24/04/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 14:52
O reajuste gradativo este ano de produtos como tomate, cebola e a farinha está afetando diretamente o setor de pizzarias na Paraíba. Alguns empresários não conseguem mais absorver os custos e anunciam reajuste de 10% no cardápio já para esta semana. Outros tentam manter o preço reduzindo a margem de lucro e investindo menos em setores como marketing da empresa, na espera que o mercado retome o ritmo normal. Mas segundo especialistas do setor, a recomendação é evitar o reajuste e usar a “criatividade” para não majorar os preços.
Como a inflação nos alimentos também reduz o poder de compra do consumidor, alguns empresários já lamentam a queda de 20% nas vendas de pizzas. Este é o caso do empreendedor do Forno de Pizza, de Campina Grande, Marinaldo Barreto dos Santos. “Esta realidade de majoração de alguns produtos acaba afetando o poder de compra dos nossos clientes. Nas últimas três semanas sentimos este impacto e houve uma redução de 20% nas nossas vendas”, frisou.
Marinaldo dos Santos, que também faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Regional (Abrasel), disse que se o reajuste nos preços de produtos do setor de hortifrúti permanecer por mais 20 dias, também terá que aumentar o valor das pizzas. “O mercado oscila muito e ficamos na expectativa de que as chuvas cheguem e os preços baixem.
Até agora não houve reajuste no nosso cardápio, mas para isso já apertamos a margem de lucro, investimos menos em marketing e estamos evitando o máximo o desperdício. Mas se a alta se prolongar por mais 20 dias não teremos como não aumentar os preços das pizzas”, revelou.
NOVOS PREÇOS
O empresário da pizzaria Arte da Pizza, em João Pessoa, Lucicleide Pereira, afirmou que os cardápios com os novos preços já estão sendo elaborados. “Vamos aumentar o preço das nossas pizzas em 10% a partir dessa semana porque muitos produtos tiveram alta absurda nos últimos meses. Já estamos trabalhando no prejuízo e se não repassarmos estes reajustes para o consumidor não poderemos nos manter no mercado”, afirmou.
Lucicleide Pereira afirmou que comprava o queijo mussarela por R$ 12,00 e hoje ele chega a R$ 16. A cebola, comprada a R$ 2,00 anteriormente, custa agora R$ 5,00 o quilo e o molho de manjericão passou de R$ 0,75 para R$ 2,40.
Nas empresas de maior porte, a alta de produtos que compõem as pizzas também é percebida, mas como alguns produtos são importados, a possibilidade de reajuste é mais remota. “Nós usamos o molho de tomate importado, que é mais barato. Mas também compramos o produto in natura. Antes, a saca de 20 quilos custava cerca de R$ 60,00 e agora chega a R$ 75. O impacto da cebola é mais suave, porque usamos em menor quantidade e por enquanto não pensamos em reajustar preço”, afirmou o estoquista da Sapore D'Itália, situada em João Pessoa.
Mas para alguns empresários, a variação no cardápio não é uma boa saída. “As nossas receitas já têm um formato definido e não temos como mudar esta programação e dizer, por exemplo, que não teremos pizza margarita por causa do preço dos tomates”, frisou.
Já Marcos Mozzine afirmou que o maior custo de alguns itens atinge diretamente o setor, mas a orientação é evitar o reajuste dos preços.
“O problema não é só o valor mais caro, mas a escassez de mercadoria como o tomate. Então deve-se usar receitas novas, comprar em grande quantidade ou até produtos importados para evitar o prejuízo. Mas a orientação é não aumentar o preço para não estimular a inflação”, disse.
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