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ECONOMIA

Economista prevê PIB menor

Publicado em 29/12/2013 às 8:00


Perda da produção agrícola em decorrência da seca, baixo desempenho na indústria e o peso dos gastos do governo com a folha pessoal, que retrai investimentos do Estado com recursos próprios, devem contribuir para um desempenho tímido da economia paraibana em 2014. Estas são as projeções do consultor da Datamétrica e professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlos Magno Lopes.

Segundo Carlos Magno, o Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba deverá crescer menos que no ano de 2011, último dado divulgado pelo IBGE dos estados, quando a Paraíba registrou alta de 5,7%, mais que o dobro da média nacional (2,7%). "O poder público estadual terá pouco recurso para investimentos próprios, o comércio tenderá a crescer menos que em 2013 e a indústria não deverá decolar", projeta.

Para Magno, o desempenho de 2013 e, consequentemente, de 2014, será inferior por causa de vários fatores econômicos que afetaram negativamente o desempenho da economia do Estado nos últimos 24 meses. Um deles foi a seca. “Apesar da agricultura não ter grande peso no PIB, na Paraíba este fenômeno causou uma considerável perda de renda na produção da agricultura e na pecuária, com fortes perdas de rebanho. Para 2014, as previsões são de que as chuvas no Estado serão abaixo da média até fevereiro. A indústria no Nordeste não foi bem e, na Paraíba, o quadro foi semelhante.

Isso afeta o PIB do Estado. Então, devemos esperar que o crescimento da economia de 2013 e de 2014 não acompanhem o mesmo ritmo de crescimento de 2011”, argumentou.

O economista revelou que as Eleições de 2014 podem ajudar os estados brasileiros, assim como a Paraíba, a melhorarem suas finanças, injetando verba extra nos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que vem apresentando queda no Nordeste.

Carlos Magno explicou que o governo federal pode ajudar os estados que apresentam queda no FPE e FPM através de ações chamadas de “pacote de bondade” no ano das Eleições.

Isso porque a soma entre FPE e FPM vem caindo no Nordeste nos últimos anos. De janeiro a setembro de 2011 esta soma registrou alta de 15,95% e no mesmo período deste ano houve queda de 0,93%.

O economista também destacou que a Paraíba tem grandes gastos com a folha pública e terá pouco recurso para fazer investimentos próprios em 2014. A relação entre a despesa total versus os gastos com pessoal, dividida pela receita corrente foi de 53% em 2012, quando a Lei de Responsabilidade Fiscal só permite um índice máximo de 49%.

DIVERGÊNCIAS
Contudo, representantes dos setores produtivos do Estado divergem da opinião do economista e projetam crescimento da economia paraibana acima da média nacional no próximo ano.

Contrariando as previsões do economista, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, disse que se surpreendeu com o bom desempenho do setor este ano. Somente nos nove primeiros meses de 2013 o segmento cresceu 14%. “Esse foi um pico incomum de alta, mas esperamos fechar 2013 com expansão de 10%”, contou Sinval.

Para o próximo ano, a projeção de Sinval é de que o segmento tenha um comportamento mais tímido, com crescimento anual de apenas 5%. Para ele, com as eleições do próximo ano e as perspectivas de mudança de governo deixam o mercado instável e reduzem investimentos e projetos para o setor da construção.

O presidente do Sinduscon Paraíba, que responde por Campina Grande e regiões próximas, Lamir Motta, considerou 2013 "um bom ano para os negócios e 2014 será ainda melhor. O mercado da construção cresceu 10% comparado a 2012. Em 2014 esperamos um crescimento idêntico ao deste ano (10%) porque em época de eleição todo mundo quer ver crescimento.

Ainda há uma demanda reprimida no ramo das casas populares. Além disso, um grande número de imóveis empresariais está chegando na região”, adiantou.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, avalia que o setor não deve crescer este ano os 5% previstos pelo governo, mas em torno de 2,5%. “Mas isso é muito significativo porque o comércio mundial está muito lento e reticente. A Zona do Euro não tem crescido e internamente há dificuldade de crédito, apesar de termos melhoria no câmbio e nos juros. Isso tem impedido um crescimento mais acelerado”.

Indo de encontro com as estimativas de Carlos Magno, Buega Gadelha se mostrou otimista em relação ao desempenho do Brasil e da Paraíba em 2014. Segundo ele, o país deverá crescer 4% e a Paraíba entre 6% e 7%, ou seja, mais do que o PIB de 2011. Já a projeção do desempenho da indústria paraibana é ainda mais otimista. Buega prevê alta de 12% em 2014, puxado pela indústria da construção.

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Jornal da Paraíba

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