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ECONOMIA

Expectativas mostram divergências

Para presidente do Ipea, comportamento do PIB em 2011 também colaborou com a divergência entre setor produtivo e governo.

Publicado em 20/03/2012 às 6:30

Pesquisa divulgada pelo Ipea mostra que as expectativas econômicas do setor produtivo para este ano não estão convergindo para as estimativas do governo, em geral, mais otimistas. O levantamento Sensor Econômico, feito com 44 entidades ligadas ao setor produtivo, apontou expectativa de crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, com inflação anual de 5,3% e dólar em R$ 1,75. O governo estima elevação de 4,5% no PIB, câmbio de R$ 1,80 e inflação dentro da banda de variação de dois pontos percentuais sobre o centro da meta estabelecida pelo Banco Central, de 4,5%.

“Aparentemente, o que nós podemos ler daqui, desse conjunto de informações, é que as medidas tomadas pelo governo não foram suficientes para que houvesse uma mudança nas expectativas do setor produtivo para que elas se aproximassem, digamos, do quadro mais otimista que o governo oferece”, disse o presidente do Ipea, Marcio Pochman.

De acordo com ele, o comportamento do PIB em 2011 também colaborou com a divergência de expectativas entre setor produtivo e governo. “Não temos uma convergência de expectativas porque há informações desencontradas. No ano passado, o PIB ficou bem aquém das estimativas, em geral, que faziam tanto o próprio governo quanto instituições de pesquisa, consultorias e, até mesmo, setor produtivo”, ressaltou.

O setor produtivo trabalhava com crescimento do PIB de 3,6% para 2011, e o governo, no final de setembro, previa crescimento de 3,5%. Mas o PIB evoluiu, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 2,7%.

Para a taxa básica de juros (Selic), os agentes do setor produtivo preveem que há espaço para, ao menos, mais um corte do Banco Central. Atualmente em 9,75% ao ano, a expectativa dos entrevistados é que a Selic feche 2012 em 9,5% ao ano. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central aponta para um piso de 9% ao ano.

“O levantamento indica uma dissintonia do ponto de vista das expectativas. No nosso modo de ver, esse tipo de informação ajuda o governo a reavaliar as decisões que estão sendo tomadas. Portanto, as medidas que estão sendo tomadas têm de ser mais fortes, com o objetivo de fazer com que as expectativas do setor produtivo se voltem - e convirjam - justamente para um crescimento maior”, destacou Pochman.

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Jornal da Paraíba

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