ECONOMIA
Farinha é a 'vilã' da cesta básica
Apesar de João Pessoa registrar a 4ª maior alta entre as capitais do Nordeste, a cesta de 12 itens fechou dezembro em R$ 258,81.
Publicado em 10/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 20/06/2023 às 11:41
A cesta básica em João Pessoa fechou o ano de 2013 com alta de 8,81%. O aumento foi puxado principalmente pelos reajustes verificados na farinha (43,45%), banana (34,69%), leite (22,86%), tomate (15,05%) e pão (11,01%), que subiram acima de 10% ao longo do ano, em comparação a 2012. O valor da cesta equivale ao custo médio de uma pessoa por 30 dias.
Apesar de João Pessoa registrar a 4ª maior alta entre as capitais do Nordeste, a cesta de 12 itens, que serve para alimentar uma pessoa, fechou o mês de dezembro em R$ 258,81. Este foi o segundo menor valor do país, atrás apenas de Aracaju (R$ 216,78). Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em dezembro do ano anterior, a cesta custava R$ 237,85. Já as maiores quedas no preço em 2013 foram o óleo de soja (-21,46%), feijão (-15,20%), café em pó (-7,83%), açúcar (-5,85%) e arroz (-5,44%).
O supervisor técnico do Dieese na Paraíba, Renato Silva, afirmou que os reajustes percebidos nos valores da farinha e da banana, principais vilões do ano passado, está associados à mudanças climáticas, que reduziram a oferta destes produtos.
“A tendência é que no início deste ano haja uma pequena variação de preço, mas nada muito diferente do que foi verificado em 2013. O que pode sofrer aumento logo de início é o açúcar e o feijão, que estão no período de entressafra”, afirmou.
O supervisor técnico do Dieese na Paraíba explicou que no ano passado alguns itens, como o tomate, tiveram aumento significativo de preço e ao longo dos meses estes valores foram se estabilizando, conforme a sua reposição no mercado. E nos últimos meses do ano foi registrada uma manutenção destes valores, com pouca variação, o que fez com que João Pessoa fechasse o ano como a segunda cesta de menor custo do país.
No país, o valor da cesta básica aumentou nas 18 capitais pesquisadas no ano passado. Segundo o Dieese, nove localidades tiveram oscilação acima de 10% com maiores elevações em Salvador (16,74%), Natal (14,07%) e Campo Grande (12,38%).
MÍNIMO DEVERIA SER DE R$ 2.765,44
Em 2013, o trabalhador brasileiro deveria ter um salário mínimo de R$ 2.765,44 para poder custear as despesas básicas de sua família como moradia, alimentação, saúde e educação. Isso representa mais de quatro vezes o mínimo em vigor (R$ 678,00) no ano passado.
Em João Pessoa, o trabalhador remunerado com o salário mínimo, do mês de dezembro, comprometeu 83 horas e 59 minutos de sua jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais.
Os cálculos do Dieese são feitos com base no custo apurado para a cesta de Porto Alegre, levando em consideração a determinação constitucional, que estabelece que o salário mínimo deveria garantir todas as despesas dos brasileiros.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, a relação era de 41,49% em dezembro de 2013, 45,23% em igual mês de 2012 e 41,23%, em novembro último.
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