ECONOMIA
Financiamento de imóvel fica mais caro na segunda
Caixa Econômica Federal elevou taxas de empréstimo da poupança para habitação em até 11%.
Publicado em 16/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 29/02/2024 às 10:29
Em ano de cautela para a economia, inclusive o setor da construção civil, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem elevação nas taxas de juros nos financiamentos de imóveis residenciais contratados com recursos da poupança. A alta começa a vigorar a partir desta segunda-feira. Dependendo do tipo de financiamento, o aumento de juro pode chegar até 1,8 ponto percentual, passando de 9,20% para 11% ao ano. A mudança deverá trazer impactos no setor imobiliário e aumento na inadimplência dos mutuários na Paraíba.
O presidente da Associação Nacional dos Mutuários e Moradores (ANMM), Décio Esturba, afirmou que no longo prazo o reajuste deverá pesar muito no bolso do comprador. “O valor da prestação sobe bastante e quando chega na metade do caminho o mutuário fica impossibilitado de cumprir suas obrigações. Então, outra consequência desta alta será o aumento da inadimplência”, destacou.
Segundo a Caixa, o reajuste está ocorrendo por causa da elevação da taxa básica de juros, a Selic. Nos financiamentos feitos pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH), a taxa balcão, destinada para clientes sem relacionamento com o banco, foi mantida em 9,15%. Para quem já tem relacionamento com o banco, os juros subiram de 8,75% para 9%.
Já para imóveis negociados pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), a taxa balcão subiu de 9,20% para 11%, ou seja 1,8 ponto percentual. No caso de clientes com relacionamento com o banco, o juro passou de 9,10% para 10,70%.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil na Paraíba (Sinduscon-PB), João Batista Sales Porto, viu com cautela esta decisão porque, segundo ele, a elevação certamente irá trazer dificuldade para o mercado imobiliário. “Acredito que, principalmente no primeiro trimestre, haverá retração na compra de imóveis. Depois o mercado vai se acomodando, porque quem precisa comprar não vai ter outra saída”.
A elevação dos juros já era esperada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Segundo o vice-presidente da entidade, Irenaldo Quintans, a decisão torna-se um desestímulo ao setor produtivo. “Toda vez que a Selic aumenta, ocorre o reajuste. Ele é mais um complicador em um ano difícil”, destacou Quintans.
Ele acrescentou que o governo precisa conter a inflação, mas criticou a política econômica do governo de usar como estratégia para atingir esta meta a elevação da taxa de juros básica. “Isso retrai o investimento e o consumo e esses fatores não são o que precisamos este ano. A presidente deveria privilegiar a redução das despesas de custos do governo”, defendeu.
Saiba como ficarão as taxas de juros:
Financiamento do Sistema Financiamento Imobiliário (SFI):
Taxa de balcão: era 9,20% vai para 11%
Relacionamento: era 9,10% vai para 10,70%
Relacionamento (mais salário): era 9% vai para 10,50%
Servidor (com relacionamento): era 9% vai para 10,50%
Servidor (com relacionamento e salário): era 8,80% vai para 10,20%
Financiamento pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH):
Taxa de balcão: se mantém em 9,15%
Relacionamento: era 8,75% vai para 9%
Relacionamento (mais salário): era 8,25% vai para 8,70%
Servidor (com relacionamento): era 8,60% vai para 8,70%
Servidor (com relacionamento e salário): era 8% vai para 8,50%
Fonte: Caixa Econômica Federal
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