ECONOMIA
Governo federal lança pacote de R$ 8,4 bilhões
De acordo com o Ministro da Fazenda objetivo do pacote é proteger o país da crise internacional.
Publicado em 28/06/2012 às 6:00
Em novo pacote de medidas para estimular a economia, o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou ontem que a União comprará neste ano R$ 6,6 bilhões a mais do que o previsto no Orçamento de 2012 em máquinas e equipamentos e bens produzidos no Brasil. No total, serão R$ 8,4 bilhões.
A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), referência dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também foi reduzida de 6% ao ano para 5,5% ao ano.
Segundo a Folha apurou, isso ocorreu por determinação da presidente Dilma Rousseff, que na noite da última terça-feira insistiu no corte a despeito de posições contrárias do BC e do Ministério da Fazenda.
O anúncio ocorre às vésperas da divulgação da nova previsão do Banco Central para o crescimento da economia, que ficará abaixo de 3%. O montante em compras governamentais anunciado ontem, de acordo com Mantega, vai além do que já estava previsto no Orçamento de 2012. No total, as compras da União totalizarão R$ 8,4 bilhões neste ano.
"Estamos anunciando o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] para os equipamentos. O PAC deste ano aumentará de R$ 42,6 bilhões para R$ 51 bilhões. É um PAC superando os R$ 50 bilhões, o maior que nós já fizemos", afirmou o ministro.
O objetivo, de acordo com o ministro, é proteger o país da crise internacional. "A crise europeia continua piorando, conforme todos têm observado. E essa crise está deprimindo o crescimento da economia mundial, que estava crescendo 6% ao ano e agora vai crescer em torno de 3% ao ano em 2012. Em vista desse cenário, o governo está tomando medidas de estímulo à economia, para podermos ter investimentos e aumentar a confiança, acelerando nosso crescimento. Temos que continuar com políticas de estímulo ou anticíclicas".
Conforme antecipado pela Folha, os benefícios envolvem os ministérios da Defesa, Saúde, Educação, Cidades e Desenvolvimento Agrário.
Segundo o ministro, a União comprará 8.000 caminhões, a um custo de R$ 2,2 bilhões, 3.000 patrulhas agrícolas (com tratores e outros equipamentos), 3.500 retroescavadeiras e motoniveladoras, 50 perfuradoras para poços em época de seca, 2.100 ambulâncias, 160 vagões de trens urbanos, 500 motocicletas, 40 blindados para o Ministério da Defesa, 30 veículos lançadores de mísseis, 8.700 ônibus escolares e cerca de R$ 450 milhões em móveis escolares, entre outros.
PREFERÊNCIA
O governo também informou que a determinação de margem de preferência é de entre 8% e 25% para compras governamentais de 126 produtos de saúde (equipamentos, remédios e vacinas) produzidos no Brasil deve movimentar R$ 2 bilhões no mercado interno e gerar 5.000 empregos.
No ano passado, segundo informações do Ministério da Saúde, o governo gastou R$ 4 bilhões com medicamentos e vacinas importados, o que corresponde a 20% do deficit da balança comercial do setor.
A margem de preferência permitirá ao Sistema Único de Saúde (SUS) comprar produtos de saúde produzidos no Brasil mesmo que estes sejam de 8% a 25% mais caros que os estrangeiros.
INSUFICIENTES
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) classificou as medidas do governo como insuficientes para reverter o processo de "desindustrialização silenciosa" que afeta a indústria de transformação no Brasil.
"Aplaudimos as medidas e as consideramos necessárias, mas não são suficientes para garantir o estímulo à cadeia da indústria de transformação", disse Carlos Pastoriza, diretor da Abimaq.
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