ECONOMIA
Lanche fora de casa sobe acima da inflação e preocupa consumidor
Índice acumula alta de 10,11% em 12 meses, contra 8,13% da inflação. Dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Publicado em 14/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 15/02/2024 às 12:55
Lanchar fora de casa está em média 10,11% mais caro. Os dados da inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostram que os lanches fora de casa subiram acima da inflação – que está em 8,13% - nos últimos 12 meses. A refeição fora de casa também aumentou em 9,59%. Os preços têm assustado consumidores, que já adotam estratégias para fugir da alta. No primeiro trimestre deste ano, o índice médio de lanche fora de casa aumentou 4,60%, índice acima da média da inflação no período (3,83%).
A estudante Elaine Diniz faz a maior parte das refeições fora de casa por conta de sua agenda atribulada. Ela contou que ultimamente tem preferido levar comida de casa quando sai, pois não está conseguindo acompanhar a elevação nos preços. “A gente percebe que o dinheiro que a gente gastava antes agora já não dá mais. Além da alimentação, o transporte também aumentou, então fica difícil pra gente. Tem sido melhor trazer comida de casa”, disse.
Já para a autônoma Josineide Amâncio e a cabeleireira Jessyane Renally, a tática foi mudar o local do lanche. “Não dá pra ficar sem comer, mas o que fizemos foi sair do shopping para lanchar em outro lugar porque lá dentro é tudo muito caro”, contou Josineide.
Jessyane ainda gastou R$ 6,00 para comprar um cupcake para a filha. “Só comprei por causa dela, mas achei um absurdo esse preço em um bolinho desse tamanho”, disse. Para ela, às vezes o preço assusta tanto que o consumidor desiste da compra. “Às vezes a gente só pergunta o preço e quando vê que está muito caro desiste. Aumentou tudo, o pão, o combustível. Você já viu que absurdo está o preço do pão?”, comentou.
OUTRO LADO
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Paraíba (Abrasel-PB), Paulo Amaral, revelou que os itens básicos do setor foram os que registraram aumentos mais fortes no primeiro trimestre deste ano e impactaram diretamente os custos de lanchonetes.
“Insumos como alimentos da cesta básica, energia, combustível e pessoal tiveram fortes altas de preços para empresas de serviços este ano e o setor não tem como fugir de repassar parte dessas altas no processo de produção. Contudo, uma parte foi absorvida para segurar a movimentação que sofre redução de demanda com o processo "estagflação" (que se caracteriza por redução do nível de atividade da economia com aumento do desemprego). A mão de obra teve forte valorização no custo nos serviços sem, no entanto, trazer produtividade e retorno na mesma proporção”, declarou.
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