ECONOMIA
Mais da metade dos idosos brasileiros não tem reserva financeira, aponta SPC
Três em cada dez idosos já tiveram nome negativado em 2013; ajuda financeira a parentes e amigos é a principal causa de endividamento.
Publicado em 14/10/2014 às 14:26
De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e do portal de educação financeira Meu Bolso Feliz, 57% dos consumidores com mais de 60 anos não possuem reserva financeira ou investimentos. A situação é ainda mais comum entre entrevistados com baixa escolaridade (68%) e os pertencentes às classes D e E (77%). A pesquisa ouviu 632 pessoas com mais de 60 anos em todas as capitais brasileiras.
Para Marcela Kawauti, economista do SPC Brasil, possuir algum tipo de reserva é essencial na terceira idade. "É o momento em que a pessoa precisa ter uma boa poupança para lidar com imprevistos, arcar com despesas de remédios e itens básicos e aproveitar os prazeres dessa fase da vida", declarou ela.
Apesar desses números, 72% dos pesquisados declararam ter uma situação financeira estável e 81% afirmaram não depender de ninguém para gerir as próprias contas. No entanto, outros dados mostram que essa autonomia não foi acompanhada de um amadurecimento nas práticas financeiras: apenas quatro em cada dez entrevistados dizem saber como calcular os juros de empréstimos.
Endividamento
As dívidas são um problema frequente na terceira idade: três em cada dez pesquisados já tiveram o nome incluído em serviços de proteção ao crédito no último ano. O SPC estima que o número de idosos inadimplentes já chega a 4 milhões de pessoas.
O motivo mais comum para o endividamento é a preocupação com pessoas próximas. "Dois em cada dez idosos não puderam pagar suas contas porque emprestaram o nome para financiar compras e pegar empréstimos para amigos e parentes", afirma Marcelo Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz.
A segunda causa mais comum, com 19%, das respostas, é o mau planejamento financeiro, seguido de problemas de saúde (11%), descontrole dos gastos (8%) e de cobranças indevidas (6%).
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