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ECONOMIA

Média salarial de admitidos é a 2ª menor

Salário  passou de R$ 854,13 para R$ 854,45, aumento de apenas 0,04% sobre dezembro de 2012 segundo dados da Caged.

Publicado em 23/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 01/06/2023 às 16:38

O salário médio de admissão dos paraibanos em 2013 registrou o segundo menor valor entre as unidades de federação do país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O valor passou de R$ 854,13 para R$ 854,45, aumento de apenas 0,04% sobre dezembro de 2012. O valor médio da Paraíba dos 172 mil empregados contratados no ano passado ficou à frente apenas do Piauí (R$ 849,37).

O salário médio da Paraíba chega apenas a 77,38% do salário médio nacional (R$ 1.104,12). Em 2012, o índice médio sobre o nacional era maior (79,1%), provocando distanciamento. Para alcançar a média salarial do país, R$ 1.076,23, a média salarial de cada um dos 172 mil admitidos em 2013 na Paraíba teria de aumentar de R$ 222. Já para atingir a média nordestina, ele teria que ter pelo menos R$ 98 de acréscimo no salário. Em todo Nordeste, a média cresceu 3,30%, no comparativo com 2012, quando pagava R$ 922,66.

Na região, a maior alta foi registrada em Alagoas, que no comparativo entre os dois anos subiu 7,74%, passando de R$ 823,97 (2012), para R$ 887,73 (2013). Pernambuco é o Estado que melhor paga na Região e foi o segundo com maior crescimento da média salarial nordestina, de R$ 979,60, em 2012, para R$ 1.022,45, alta de 4,37%.

Entre os estados do Nordeste que registraram as maiores altas na média de admissão estão ainda Maranhão (3,63%), Rio Grande do Norte (3,38%) e Bahia (3,14%), que em 2013 pagaram, respectivamente, R$ 998,21, R$ 867,92 e R$ 1.003,64.

Na cenário nacional, a maior taxa de crescimento da média salarial também foi a registrada em Alagoas (7,74%) e o pior desempenho ficou com Rondônia, que fechou 2013 com queda de 1,69%, pagando R$ 971,05 aos trabalhadores formais, quando em 2012 a média era de R$ 987,73. Em todo o país, o crescimento foi de 2,59%.

De acordo com o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Renato Silva, o baixo crescimento e média salarial da Paraíba está ligado à lógica de mercado adotada no Estado. “O Caged leva em consideração da massa salarial de todos que foram admitidos no ano e tiram uma média. O problema é que a iniciativa privada, para reduzir custos, demite e contrata pessoas com salários mais baixos. Há uma diferença grande entre esses salários, os admitidos costumam receber só o mínimo e isso puxa a média do Estado para baixo”.

O representante do Dieese destacou ainda que alguns segmentos podem exemplificar a média baixa do Estado.

“Vimos que especificamente na Paraíba tivemos a chegada de empresas de call center, que têm alta taxa de rotatividade. Elas demitem muita gente por justa causa, por não atingirem as metas, e acabam contratando novos funcionários que ganham um salário mínimo. Esse é um dos responsáveis por essa média da Paraíba”.

Na avaliação do secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado da Paraíba (Sinttel-PB), Wallace de Oliveira, o volume de desligamentos é muito alto nas empresas de call centers do Estado. “Eles demitem muito porque são muitas metas para serem cumpridas e muitas são inatingíveis, então estão sempre contratando novos".

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Jornal da Paraíba

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