ECONOMIA
Mínimo deve gerar impacto de R$ 1,2 bi na economia da Paraíba
Piso nacional, que passa de R$ 788 para R$ 871no próximo ano, será sancionado pela presidente Dilma, mas chega sem ganho real e abaixo da inflação.
Publicado em 23/12/2015 às 8:45
O reajuste do salário mínimo para 2016, aprovado pelo Congresso na semana passada, eleva em R$ 83,00 o mínimo atual, que deve passar de R$ 788,00 para R$ 871,00. O novo piso nacional, que entra em vigor a partir do dia 1º de janeiro, deverá injetar na economia paraibana em 2016 mais de R$ 1,250 bilhão, incluindo o 13º salário. A presidente Dilma ainda precisa confirmar o valor, que ainda deverá passar por ajustes.
O valor aprovado já está defasado, uma vez que foi calculado tomando como base inflação de 10,53%, mas a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) já é de 10,96% atualmente, e a previsão é de que atinja os 11% até o final do ano. O cálculo do reajuste é feito somando a inflação ao ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Tomando como base a inflação de 11% e o crescimento do PIB de 0,1%, o salário mínimo deveria subir para R$ 874,75.
Essa será a primeira vez, desde 2011, que não haverá ganho real no reajuste, já que o crescimento do PIB foi praticamente nulo. O reajuste da inflação serve apenas para que o trabalhador não perca poder de compra. “Quem recebe salário mínimo volta a maior parte dos seus ganhos para alimentação, e como muitos alimentos aumentaram de preço, o reajuste irá apenas compensar isso”, avaliou o superintendente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Renato Silva, acrescentando que os estudos do Dieese mostram que para suprir todas as necessidades garantidas pela Constituição, o salário deveria ser R$ 3,4 mil.
Mais de 1,160 milhão de paraibanos têm como renda até um salário mínimo. Desse total, 53,77%, o equivalente a 623,8 mil pessoas são segurados do INSS, onde haverá o maior impacto na folha de pagamento. Outros 481 mil são empregados do setor privado e dos municípios, além de 42 mil servidores públicos do Estado.
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