ECONOMIA
Mulheres ganham 5% menos
Diferença entre o salário médio de admissão de homens e de mulheres paraibanos, cresce no primeiro semestre de 2012.
Publicado em 03/08/2012 às 6:00
No primeiro semestre de 2012, cresceu a diferença entre o salário médio de admissão de homens e de mulheres paraibanos, no comparativo com mesmo período de 2011. Os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontaram uma diferença de 4,9% entre os salários de homens e mulheres. No ano passado, a diferença era de 2,4%.
Conforme os dados divulgados, no Estado persiste um quadro de desfavorecimento para o sexo feminino, inclusive, em aumento proporcional. No primeiro semestre do ano, elas receberam, em média, R$ 741,40 por mês (alta de 5,11%, com relação ao ano passado, quando ganhavam R$ 705,38) e os homens, R$ 779,61 (7,38% a mais que a média anterior, de R$ 726,02). A média de salário de admissão da Paraíba, levando em consideração os dois gêneros, é R$ 768,92 – a pior do país.
Na análise do coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Paraíba, Renato Silva, a diferença entre os salários se deve, entre outros fatores, a uma segmentação ocupacional no mercado. Segundo ele, as mulheres tendem a se concentrar em atividades com remuneração mais baixa e, quando é calculada a média, as discrepâncias aparecem com maior evidência.
“Se observarmos a pesquisa do MTE, veremos que 30% das mulheres que tiveram a carteira assinada no primeiro semestre deste ano atuaram no Comércio Varejista – que tem piso de R$ 726. Enquanto 33% dos homens foram admitidos na Construção Civil, onde um pedreiro ganha, em média, R$ 900”, explica.
Por outro lado, a gestora de Recursos Humanos, Maria Helena Morais, alerta para o aumento proporcional dos incrementos.
“Entre um ano e outro, os homens ganham proporcionalmente mais do que as mulheres. Creio que persiste uma questão cultural sobre a atuação da mulher no mercado de trabalho”, afirma.
Renato Silva concorda e reitera que existe um 'machismo' para a ocupação de cargos que, normalmente, pagam menos. “É o exemplo da profissão de secretária, que comumente é designada à mulher, o que reafirma a questão da segmentação profissional”, pondera.
Por gênero, nacionalmente, o crescimento real do salário médio de admissão obtido pelos homens foi de 5,94%, ante um aumento mais favorável às mulheres, de 6,15%. E a média no país fixou-se, no semestre, em R$ 1.055,24 e R$ 911,97, respectivamente.
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