ECONOMIA
Novo mínimo de R$ 880 deve injetar R$ 1,3 bi na economia da Paraíba
Decreto assinado pela presidente Dilma elevou piso em 11,67%, equivalente a R$ 92.
Publicado em 30/12/2015 às 8:00
O reajuste do salário mínimo para 2016 foi redefinido pela presidente Dilma Rousseff em decreto assinado ontem. A partir de 1º de janeiro o salário mínimo será R$ 880,00, um acréscimo de R$ 92,00 - o equivalente a 11,67% - em relação aos atuais R$ 788,00. Na primeira quinzena de dezembro o reajuste anunciado era de 10,53%, elevando o mínimo para R$ 871,00, mas como a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) já ultrapassava este valor, o reajuste teve que ser revisto.
O novo piso nacional deverá injetar na economia paraibana, ao longo de 2016, mais de R$ 1,327 bilhão, incluindo o 13º salário. Mais de 1,160 milhão de pessoas no Estado têm como renda até um salário mínimo.
No novo decreto, a presidente fechou um valor um pouco maior do que a inflação medida pelo INPC, que até novembro era de 10,96%, mas deve atingir os 11,57%, segundo projeções do governo federal. O cálculo do reajuste é feito somando a inflação ao ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Essa será a primeira vez, desde 2011, que não haverá ganho real no reajuste, já que o crescimento do PIB foi praticamente nulo (0,1%), e o reajuste de acordo com a inflação só serve para manter o poder de compra da população.
O presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), José Willame de Araújo, afirmou que os assalariados gastam quase tudo o que ganham no varejo de alimentos, então qualquer aumento no mínimo é positivo para os supermercados. José Willame, se disse preocupado, entretanto com o endividamento da população.
Para o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Tota Guedes, é provável que algumas prefeituras tenham dificuldades em cumprir a nova folha de pagamento, já que este mês muitos municípios já tiveram problemas para pagar o 13º salário.
“O mínimo é constitucional, então tem pagar, mas eu acho que vai ser difícil. As prefeituras vão ter cortar despesas e dar um jeito de pagar, até porque a crise deve piorar nesses primeiros três meses do ano. Só que vai depender de cada gestor ver o que vai ser cortado”, disse Tota.
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