ECONOMIA
PB tem 2ª maior alta nos admitidos
Superando o ganho real dos novos contratados do país nos últimos nove meses, a Paraíba ficou atrás apenas do estado do Acre.
Publicado em 20/10/2012 às 6:00
Os meses de janeiro a setembro deste ano foram de elevação no salário médio de admissão da Paraíba. No acumulado de 9 meses, a alta chegou a 12,56%, a segunda maior variação do país no período. Após três anos na última posição do ranking, o Estado avançou quatro posições no país e três no Nordeste. O valor médio saiu de R$ 718,20, no mesmo período do ano passado, para atuais R$ 808,41, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Alagoas tem agora o menor salário médio inicial do país (R$ 774,61).
Superando o ganho real dos novos contratados do país nos últimos nove meses (5,29%), a Paraíba só não bateu a marca do Acre (14,32%). Entre os fatores que estimularam a alta, o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Renato Silva, aponta o boom da construção civil nos últimos anos. “Essa atividade tem se destacado já há alguns anos em geração de emprego e, como ela tem o piso mais bem mais alto do que o ramo do comércio, por exemplo, sem contar com os reajustes que a categoria conquistou de uns tempos para cá, a tendência é que ela alavanque mesmo essa média salarial”, comentou Renato, explicando ser de R$ 726,00 o piso salarial do ramo comercial, “enquanto o da construção civil é em torno dos R$ 900,00”, disse.
Além disso, a rotatividade de profissionais no segmento também tem um papel fundamental nesses números. “Assim que um contrato acaba, já tem outro à espera do operário, pois a demanda continua alta”, acrescentou. Entre os beneficiados por esse aquecimento de mercado está o carpinteiro Eliezer de Oliveira Gomes. Após ter decidido partir para o ramo industrial, o trabalhador resolveu voltar para a construção civil por questões financeiras, sendo readmitido na Fibra Construtora. “Meu salário na fábrica era de R$ 800,00, mas na construtora eu consigo tirar até R$ 2.200,00, pois às vezes ganhamos bônus para fazer algum trabalho em menos tempo. Ainda tenho direito a plano dentário, cesta básica e outros benefícios. Não tem como não se sentir motivado desse jeito”, diz Eliezer, no mercado da construção desde 2004, quando tinha um salário de R$ 380,00.
“O aumento dos salários no ramo da construção ocorre todo ano, inclusive acima da média da inflação, pois a demanda permanece bem maior do que a oferta de trabalhadores. Para se ter uma ideia, a mão de obra e o terreno, juntos, superam em 50% o custo total de uma construção”, declarou o presidente eleito do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, que estima em 14% a alta salarial só neste ano no setor.
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