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ECONOMIA

PB tem 4º maior PIB da indústria

Superavitário, setor industrial da Paraíba registrou mais de 79 mil postos de trabalho com carteira assinada e dinamiza economia do Estado.

Publicado em 24/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 17:08


“A educação básica não estimula o estudante a procurar por conhecimento especializado”, segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep) e presidente do Sindicato da Indústria Têxtil da Paraíba, Magno Rossi. E quem perde com isto é a indústria que, além de precisar de mão de obra qualificada, ainda tem que lidar com o alto custo de se produzir qualquer bem no país e com uma logística que deixa a desejar.

Apesar dos gargalos e desafios, amanhã, Dia da Indústria, o setor chega à data na figura do personagem mais dinâmico da economia da Paraíba, puxado sobretudo nos últimos anos pela indústria da construção. A indústria paraibana, segundo o presidente da Fiep, Buega Gadelha, é o único que continua superavitário no Estado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2005 e 2010, a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) se manteve estável em 22,5% (4ª maior do Nordeste) - com uma pequena oscilação em 2008 (21,4%).

O setor industrial registrou mais de 79 mil postos de trabalho no estoque com carteira assinada em 2011 na Paraíba, segundo a última coleta de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). De 2006 para 2011, o número de postos cresceu 30%, o setor representa 21,67% do estoque de empregos privados com carteira assinada do Estado. “A indústria paraibana tem uma participação expressiva no PIB da Paraíba.

No entanto, é um setor que carece dos mesmos problemas do restante do país. Nos falta infraestrutura portuária de qualidade, um sistema de tributação mais adequado e uma relação trabalhista mais de acordo com a realidade do mercado, uma vez que estamos submetidos a uma legislação de 1945”, comentou Buega.

Além disso, segundo Magno Rossi, a indústria brasileira - e, portanto, a paraibana - perdeu competitividade frente à asiática, porque temos custos de produção muito mais altos. “Não podemos competir com os custos deles, então, caberia ao nosso mercado investir em produtividade, mas não há estímulo da mão de obra técnica e faltam profissionais seja na siderurgia, na mineração ou no segmento têxtil”, disse.

Outro ponto contra, continuou ainda falando em termos de 'custo Brasil', são as cifras gastas com energia, gás natural e com a logística de transportes. “Nossa tarifa de gás está liderando entre as mais caras do mundo e custa quatro vezes do valor praticado nos Estados Unidos, por exemplo. Além disso, na fronteira entre Pernambuco e Paraíba, um caminhão chega a ficar 14 ou 15 horas parado num posto fiscal. É muito tempo”.

SOLUÇÕES
Com tantos entraves batendo à porta, os representantes da indústria esperam, dentre outros pontos, por um olhar mais cuidadoso para o setor. Buega Gadelha explicou que o Governo do Estado vem trabalhando na atração de novas indústrias para a Paraíba e que isto pode influenciar positivamente na sua participação dentro do PIB.

Por outro lado, o presidente da Indústria de Calçados do Estado – que é uma das maiores – Eduardo Souto, disse que o empresário local deve aprender a transpor as barreiras do Estado. “O gestor ainda tem uma visão para o mercado interno e o caminho é saber crescer não apenas internamente, mas também para o mundo. Isto fortalece a economia local”, afirmou.
Além disso, Magno Rossi acredita que a indústria paraibana precisa de uma política bem definida de incentivos.

“A Paraíba tem uma tradição para a indústria, tem regiões com potencial, inclusive com aproveitamento da matéria-prima local. A transposição do rio São Francisco, por exemplo, vai dar condições de sustentabilidade e competitividade para interiorizar nossa indústria”, concluiu.

CONSTRUÇÃO CIVIL TEM MAIOR CRESCIMENTO

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a indústria paraibana da construção civil foi quem mais elevou sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, entre 2005 e 2010. O setor teve alta de 3,5 pontos percentuais (de 4%, em 2005, para 7,5%, em 2010) e, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Paraíba (Sinduscon-PB), Lamir Motta, o setor deve continuar em crescimento, pelo menos, até 2022. “Até lá, tenho certeza, somaremos bons resultados para a construção”.

Para Lamir, as empresas paraibanas têm, ao seu lado, a credibilidade de anos de atuação no mercado sem grandes deslizes, por isso, devem continuar trilhando o caminho do êxito. “Além da qualidade e do comprometimento, temos agora o melhor em tecnologia e em acabamento. Nos tornamos competitivos neste ponto também tanto quanto empresas do Sul e Sudeste do país”, acrescentou.

O presidente do Sinduscon-PB acredita que o grande desafio que a construção deve enfrentar nos próximos anos para manter sua competitividade e sua presença no PIB paraibano é conseguir equilibrar as grandezas 'oferta e demanda'. “O mercado não poderá oferecer produto demais nem de menos. Encontrar este equilíbrio é o objetivo”, mencionou.

DEMAIS SETORES
Além dos resultados da construção civil, o IBGE analisou outros três setores da indústria da Paraíba. A participação da indústria de transformação no PIB paraibano caiu de 11,5%, em 2005, para 9,4%. em 2010, assim como a de produção e distribuição de eletricidade, gás, água e esgoto (de 6,6% para 5,2%) no mesmo período. Apesar do potencial mineral da Paraíba, a indústria extrativa ficou estável com PIB de 0,5%, em 2005 e 2010, embora tenha registrado uma ligeira queda em 2009 para 0,2%.

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Jornal da Paraíba

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