PB tem maior queda de grãos

O 12º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que a quebra de produção de grãos subiu de 90,9% para 94,9% na Paraíba, a maior do país. Com uma expectativa de produzir apenas 7,8 mil toneladas(t) neste ano, o Estado tem a pior perspectiva do Nordeste para safra de 2011/2012 – além de ocupar a segunda pior colocação no ranking brasileiro, ficando atrás apenas do Amapá (5,6t mil). Na safra de 2010/2011, a produção paraibana foi de 144,8 mil t.

Mesmo as duas maiores produções paraibanas de grãos (milho e feijão) registraram fortes retrações. Segundo os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), espera-se uma redução de 95,7% no volume produzido de milho (caindo de 97 mil t para 4,2 mil t). E, quanto ao feijão, a queda deverá ser de 93,5%, saindo de 44,7 mil t para as atuais 2,9 mil t.

A expectativa dessas produções no último estudo do Conab (julho) era que o cultivo do milho chegasse a 7,5t mil, enquanto o feijão alcançasse pouco mais de 4,9t mil. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, os percentuais e quantitativos apenas refletem o que já era esperado para a produção paraibana. “Se não tem inverno, não tem grão. E as expectativas não são nada boas para os últimos meses do ano”, afirma.

Com relação à área plantada (em hectares), em 2011, foram contabilizados 168,1 ha, no entanto com as quedas em virtude da seca sentida pela Paraíba, a safra 2011/2012 deverá ocupar apenas 36,8ha - uma retração de 78,1%.

Pela série histórica, o Estado contabilizou, até agora, o terceiro pior volume de grãos dos últimos 14 anos. Antes, os piores efeitos da estiagem foram sentidos na safra 97/98, quando somou 8,5 mil toneladas, e no de 2009/2010, com 10,9t mil.

No Nordeste, a redução deverá ser de 22%, saindo de 15.997,9t mil para uma expectativa de 12.470,4t mil de grãos. A Bahia é o estado com maior perspectiva de produção (6.331,2t mil). No entanto, apenas o Piauí obteve uma variação positiva no comparativo com a safra de 2010/2011, chegando a modesto 1%. Depois da Paraíba, o Rio Grande do Norte (-88,9%) e o Ceará (-87,2%) terão as maiores quedas para a próxima colheita.

SAFRA RECORDE
Com relação ao país, a Conab elevou sua estimativa de safra de milho do Brasil na temporada 2011/12 para um recorde de 72,73 milhões de toneladas. A previsão ficou praticamente inalterada na comparação com o levantamento de agosto (72,77 milhões de toneladas). Na temporada passada, o Brasil produziu 57,4 milhões de toneladas de milho (+26,7).

A exportação de milho do Brasil também deverá ter recorde de 16 milhões de toneladas na temporada 2011/12. No levantamento do mês passado, a pesquisa já havia estimado as exportações do Brasil em 14 milhões de toneladas, ante 9,31 milhões de toneladas na temporada anterior.

No acumulado do ano, o Brasil exportou 6,26 milhões de toneladas de milho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) - alta de 37% ante o mesmo período do ano passado.

Com relação ao geral da produção de grãos, o país manteve a variação de 1,9% elevando de 162,803 mil toneladas (2010/11) para 165,895 mil toneladas. Valor estimado também é recorde para a série histórica embora seja inferior àquele previsto na pesquisa de julho deste ano (165,92 t mil).