ECONOMIA
Pequena empresa poderá ter linha de crédito com juros de até 18% ao ano
Intenção é que os pequenos empresários também não precisem apresentar bens como garantia ao tomar o empréstimo.
Publicado em 27/01/2016 às 17:35
Os presidentes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, reuniram-se nesta quarta-feira (27) para discutir a criação de uma linha de crédito para esse tipo de empresa. A ideia é que a linha tenha juros de 15% a 18% ao ano.
Afif destacou, em entrevista após o encontro, que as linhas às quais o pequeno empresário tem acesso atualmente cobram juros de até 60% ao ano. Ele informou ainda que ficou acertado com o BNDES que os contratos firmados com as micro e pequenas empresas não precisarão ser registrados em cartório, como forma de desburocratização.
A intenção é que os pequenos empresários também não precisem apresentar bens como garantia ao tomar o empréstimo. As operações serão asseguradas por um fundo garantidor, tanto do Sebrae quanto do BNDES. Os fundos seriam uma espécie de seguro de crédito e a taxa de risco seria embutida nos juros. Segundo Afif, apenas o fundo do Sebrae dispõe de R$ 700 milhões.
A linha, cujo valor máximo do empréstimo ficaria em R$ 30 mil, será destinada a capital de giro. Outra possibilidade para o pequeno empresário seria o crédito de investimento por meio do cartão BNDES. "Eles estão fazendo uma revisão para que o Cartão [de crédito] BNDES possa voltar a ser competitivo", disse Afif. Ele garantiu que a linha de crédito não terá subsídio, não afetando, portanto, o ajuste fiscal.
Na próxima quarta-feira (3), Sebrae e BNDES se reunirão com Caixa, Banco do Brasil e bancos privados que atuam no ao setor das micro e pequenas empresas. Segundo Afif, o objetivo é explicar a linha aos seus potenciais agentes financeiros.
De acordo com o presidente do Sebrae, no período de crise, a oferta de crédito aos pequenos empresários vem caindo. "Nos últimos três meses, sentimos forte queda na oferta", afirmou. O presidente do BNDES deixou a reunião sem falar com a imprensa.
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