ECONOMIA
Poços no Sertão da PB não têm viabilidade comercial, diz Petrobras
Após dois anos de exploração na bacia do rio do Peixe, a Petrobras anunciou, na segunda-feira (21), que “não obteve o sucesso esperado” na perfuração de três poços.
Publicado em 22/03/2011 às 8:13
Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba
Após dois anos de iniciada a exploração na bacia do rio do Peixe, a Petrobras anunciou, na segunda-feira (21), que “não obteve o sucesso esperado” na perfuração dos três poços no bloco (BT-RIOP-42), localizado no município de Santa Helena, Sertão da Paraíba. A perfuração, iniciada em dezembro do ano passado, apontaria a viabilidade comercial da área para exploração de petróleo.
Marcado, inicialmente, para final de dezembro, o resultado sobre a exploração foi adiado por diversas vezes pela estatal e foi objeto de especulação nas últimas semanas, devido a ausência de informações oficiais. Havia a possibilidade de abertura de um quarto poço na mesma área, mas foi abortado após a conclusão do terceiro, cavado com profundidade bem inferior ao primeiro (350 metros) que chegou a mais de 900 metros, enquanto o segundo superou 400 metros.
Apesar do resultado da perfuração dos poços mostrar inviabilidade comercial, a Petrobras fez ponderações, em nota à imprensa, sobre o ‘potencial’ futuro da bacia do rio do Peixe.
“Esse tipo de resultado [de inviabilidade] é muito comum na indústria de petróleo mundial. Para se ter uma ideia, o índice de sucesso exploratório, em média, não chega a 20%. No entanto, é importante ressaltar que esse resultado não indica que descobertas comerciais de petróleo não possam ocorrer nessa bacia, uma vez que o trabalho exploratório ocorreu apenas no bloco BT-RIOP-42, que corresponde a 2% da bacia do rio do Peixe”.
“Aquém do esperado”
Antes da conclusão da perfuração do terceiro e último poço, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, veiculada no dia 11 de fevereiro, revelou com exclusividade que os resultados parciais da perfuração estavam “aquém do esperado”, de acordo com a informação do gerente de exploração da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará, Guilherme Assunção Gontijo, que concedeu entrevista, na época, no local da perfuração.
“A maior parte da perfuração de poços é abandonada, pois o risco sempre é muito alto”, afirmou o gerente revelando que de cada cinco poços perfurados, “apenas um tem vantagem comercial”. Se houvesse viabilidade, a produção do petróleo começaria em, aproximadamente, um ano na bacia.
Como a Petrobras somente arrematou apenas um bloco dos 19 oferecidos durante a 9ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), em 2007, a estatal deixou em aberto, no comunicado, uma possível participação em leilões futuros na bacia do rio do Peixe. “Cabe salientar que, caso ocorram futuros leilões da ANP com oferta de novos blocos na bacia do rio do Peixe, a Petrobras analisará, certamente, a possibilidade de participar. Isso porque, a empresa detém, agora, um volume significativo de informações sobre a geologia dessa bacia”, destacou.
De acordo com a assessoria, a etapa da perfuração, de “iniciativa exclusiva da Petrobras”, “foi além do programa mínimo acordado com a ANP”, que, segundo estatal, havia cumprido com conclusão com os testes da sísmica”. Iniciada, em dezembro de 2010, a perfuração foi realizada em três poços: “Pilões n.º 1”, “Santa Helena n.º 1” e “Triunfo n.º1”. A perfuração, que testou o potencial petrolífero da área, custou cerca de R$ 6 milhões, mas somado os R$ 16,5 milhões da primeira etapa (sísmica), o investimento chegou a mais de R$ 22,5 milhões. Os três poços perfurados em Santa Helena estão localizados nos distritos de Melancia, Santa Rita e Areias, distante a 500 quilômetros de João Pessoa.
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