ECONOMIA
Potencial de consumo de João Pessoa sobe cinco posições em pesquisa
Famílias da capital terão gastos de R$ 16,641 bilhões durante este ano, o que representa alta nominal de 24,63%.
Publicado em 23/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 14/02/2024 às 13:36
Após uma pequena retração no ano passado, o potencial de consumo voltará a crescer mais forte em João Pessoa este ano. De acordo com o estudo IPC Maps, que avalia o potencial de consumo de cidades de todo o país, as famílias de João Pessoa terão gastos de R$ 16,641 bilhões durante este ano, o que representa alta nominal de 24,63% sobre o ano passado, mas bem acima do Estado (14,96%).
Fugindo do desempenho das capitais do país, que vem perdendo potencial para o interior, a capital paraibana ganhou cinco posições no ranking nacional do potencial de consumo, saindo do 29º para o 24º lugar.
Segundo o organizador da pesquisa, Marcos Pazzini, a principal razão para o potencial de consumo da capital continuar crescendo é que a nova classificação das classes econômicas não afetou tão negativamente os domicílios de João Pessoa. Os critérios que classificam as famílias como classe A, B, C, ou D/E foram alterados este ano, tornando mais difícil uma família ser classificada nas classes mais altas. As classes econômicas de maior poder aquisitivo como A e B de João Pessoa continuam concentrando o consumo na cidade (56,7%), enquanto a classe C tem 32,8% (veja o gráfico ao lado).
Diferente da Paraíba, onde o maior potencial de consumo está concentrado na classe C (36,5%), em João Pessoa é a classe B quem lidera o consumo, com 41,4% do potencial da cidade. Para Marcos Pazzini, o fato de 24,6% dos domicílios da capital concentrarem mais de 40% do potencial de consumo demonstra a preferência da classe B (assim como a classe A) por produtos mais sofisticados, com maior valor agregado.
“Nas classes mais altas há a maior aceitação de produtos de maior valor porque eles têm uma renda mensal elevada. Então mesmo com as despesas mais básicas como alimentação e transporte, ainda sobra dinheiro para gastos mais sofisticados como veículos e viagens”, analisou Pazzini.
CENÁRIO
Apesar do cenário de retração de vendas e de inflação mais alta, o coordenador Marcos Pazzini afirma que “os números de 2015 estão mais próximos da realidade do que os calculados em 2014, quando a maior concentração do consumo estava nas classes B e C”, afirmou.
NOVA CLASSIFICAÇÃO
Na nova classificação, as classes mais altas perderam potencial de consumo na capital, mas ainda lideram os gastos de bens e serviços.
Levando em consideração o potencial, a classe econômica A caiu de 23,1% para 15,3% entre 2014 e 2015. A classe B também perdeu potencial, de 48,5% para 41,4%. A classe C cresceu de 24,7% para 32,8%, e a junção D/E foi a que mais cresceu, passando de 3,7% para 10,5%.
CG TERÁ RECUO NO CONSUMO ESTE ANO
Campina Grande, o segundo maior centro de consumo do Estado, vai registrar perda de 5,11% no potencial de consumo em relação ao ano passado, segundo o estudo do IPC Maps. Enquanto em 2014 a cidade tinha gastos de R$ 6,538 bilhões, neste ano o número vai cair para R$ 6,204 bilhões. Em 2014, a cidade tinha registrado crescimento de 26,67% em seu potencial de consumo.
No ranking nacional, Campina Grande caiu 26 posições, saindo da 62ª em 2014, para 88ª em 2015, mas continua como o segundo maior consumo do Estado, ficando atrás apenas de João Pessoa.
Na participação das classes no consumo, assim como ocorreu em João Pessoa, a classe A de Campina Grande perdeu força (de 28,8% para 13,5%) e também a B (de 38,3% para 36,6%). Já a classe C cresceu de 28% para 33%, e a junção D/E cresceu expressivamente de 4% para 16,8%. Da mesma forma que ocorre em João Pessoa, em Campina Grande é classe B quem lidera o potencial de consumo, reforçando também a preferência dos campinenses por um consumo mais sofisticado. Na Paraíba como um todo, o consumo é liderado pela classe C.
Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campina Grande, Artur Almeida, apesar de o consumo na cidade ser liderado pela classe B, a classe C tem uma importância muito grande no quadro geral.
Segundo Artur de Almeida, o consumo em Campina Grande tem uma característica um pouco diferenciada pela localização geográfica da cidade, que atende muitos municípios circunvizinhos. “Nessas cidades pequenas, as pessoas vivem predominantemente de aposentadorias ou benefícios sociais, e são as pessoas que mais sofrem com a inflação, porque perderam poder de compra. Acredito que seja por isso que Campina Grande perdeu potencial de consumo na projeção desse ano”, avaliou.
GASTOS MAIORES
Segundo o estudo, os maiores gastos dos campineses este ano serão nas categorias de manutenção do lar (R$ 1,3 bilhão), compras a prazo (R$ 1,282 bilhão), alimentação de domicílio (R$ 1,002 bilhão), gastos com veículos (R$ 266,7 milhões) e materiais de construção (R$ 247 milhões) .
A classe B (36,6%) vai liderar potencial de consumo dos campinenses ao lado da C (33%), enquanto a junção da D/E (16,8%) e classe A (13,5%) vem em seguida.
(Veja o detalhamento do gráfico abaixo).
SAIBA MAIS
Apesar da retração de Campina Grande em 2015, a força na participação do potencial de consumo nas duas principais cidades do Estado vai permanecer inalterado este ano devido ao forte crescimento em João Pessoa. Em 2014, as duas cidades concentravam 41,89% do total de consumo, enquanto este ano dos R$ 54,4 bilhões, as duas maiores cidades permanecem com 41,45% do total.
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