Preço do tomate tem variação de até 205,4%

Não importa se a falta de chuva encareceu o preço do tomate, nem se a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou retração de 4,88% no valor do fruto em março, o fato é que a reclamação sobre o custo do tomate é geral nas ruas de João Pessoa.

“Agora a nossa moeda é tomate, de tão caro que está”, ironizou a nutricionista Rosângela Barros. O preço do produto chega a R$ 6,69 na cidade e a variação alcança 205,47% segundo o Dieese. Para o presidente da Associação dos Supermercados da Paraíba, Cícero Bernardo, pode faltar este item no mercado.

“Enquanto a seca permanecer os reajustes no valor do tomate vão continuar. Com a escassez dele no mercado o preço tende a subir cada vez mais. Todos estão preocupados com esta situação, até porque o consumidor também diminui a compra por causa do preço. Os supermercadistas também têm comprado menos e esta redução já fica em torno de 20%”, afirmou Cícero Bernardo.

Em uma rápida pesquisa realizada nos supermercados da cidade, o JORNAL DA PARAÍBA encontrou uma variação de até 61% no valor do fruto e muita reclamação das donas de casa. “A dica é correr para as feiras livres. Lá o tomate pode ser encontrado a preços mais acessível. Nestes locais comprei até a R$ 3,50. O jeito é tirá-lo da sopa de legumes por enquanto”, acrescentou Rosângela Barros.

Segundo Cícero Bernardo, os tomates que abastecem os supermercados da capital paraibana vêm do Sertão da Paraíba e de Pernambuco, locais que estão enfrentando forte estiagem. “O tomate apresentou destaque nos últimos meses porque é um produto bastante sensível à falta de chuva. Todos estão preocupados com esta situação, pois caso permaneça corre-se o risco de faltar tomate no mercado”, frisou.

Nos supermercados, os consumidores são unânimes quanto ao alto custo deste produto. “O preço do tomate está um absurdo. Infelizmente temos que comprar, mas ultimamente só uso o essencial para temperar mesmo”, disse o defensor público Rafael Bento.

A aposentada Fátima Nunes também não está satisfeita com o valor do produto. “Não só tomate, mas a batata e o chuchu estão muito caros. Com estes preços a gente vai sobrevivendo como pode”, disse.

Ao contrário das queixas dos consumidores, o Dieese divulgou esta semana que o tomate sofreu retração de 4,88% no mês de março. Mas segundo o supervisor técnico do Dieese na Paraíba, Renato Silva, das 10 feiras e dos 30 supermercados pesquisados foi encontrado uma grande variação no valor do fruto. Na pesquisa feita ontem pelo JORNAL DA PARAÍBA alguns estabelecimentos visitados pelo Dieese já tinham reajustado o valor do fruto.

Segundo a apuração do Dieese, o valor mínimo, máximo e médio nas feiras livres foram de R$ 2,00, R$ 4,00 e R$ 3,23, respectivamente. Já nos supermercados foram de R$ 2,19, R$ 6,69 e R$ 4,13. “Na pesquisa fazemos a média geral e o valor encontrado nas feiras puxou a queda no valor deste item da cesta básica”, explicou Renato Silva.