ECONOMIA
Salário de admissão na PB tem 2ª maior alta
Estado apresentou um incremento de 10,53% no último ano, saindo de uma média de R$ 726,49 em 2011 para R$ 802,97.
Publicado em 31/01/2013 às 6:00
Apesar de ainda ter um dos menores salários de admissão do País, a Paraíba fechou o ano de 2012 com a segunda maior alta média sobre o ano anterior, ficando atrás apenas do Acre.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Estado apresentou um incremento de 10,53% no último ano, saindo de uma média de R$ 726,49, em 2011, e chegando ao salário médio atual de R$ 802,97.
Segundo o Caged, o único estado brasileiro que superou a variação da Paraíba em 2012 foi o Acre, com um percentual de 12,5%. Ainda assim, o salário de admissão paraibano é bastante discreto em comparação com outros locais, ocupando a 6ª colocação do Nordeste e a 23ª do país. Ainda de acordo com o levantamento, a Paraíba superou os índices de crescimento do Nordeste (5,67%), com uma variação de R$ 820,88 para R$ 867,40, e do Brasil (4,69%), que subiu de R$ 966,45 para R$ 1.011,17.
Para a articuladora empresarial do Sistema Nacional de Empregos da Paraíba (Sine-PB), Rita Rocha, a elevação da renda dos trabalhadores em 2012 teve relação direta com o crescente número de empresas se instalando no Estado. “O call center de Campina Grande, por exemplo, já contratou muitos jovens. Além disso, o setor de serviços, que abrange inúmeras funções, como motorista, porteiro e vigilante, puxou a geração de emprego este ano. As empresas também estão assinando mais a carteira agora, quando antes muitas permaneciam com um funcionário por uns dois meses e o liberavam”, opinou.
O maior salário médio de admissão do país foi verificado no Rio de Janeiro (R$ 1.155,36), seguido de São Paulo (R$ 1.153,70), enquanto a liderança do Nordeste ficou com Pernambuco (R$ 920,93), que também ocupa a 10ª colocação nacional.
“Ainda estamos atrás, nesse sentido, simplesmente em decorrência do perfil da nossa economia. Em outros estados, o foco vai para setores que oferecem melhores salários, em função da existência de montadoras e de empresas de alta tecnologia. Já aqui, a maioria dos empregados ganham perto do mínimo, pois a prioridade é do comércio e da prestação de serviços, com atividades nos ramos de ensino e hotelaria, por exemplo”, justificou o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PB), Renato Silva.
Sobre as razões que levaram à elevação significativa do salário de admissão no último ano, ele destaca as atividades voltadas para o ramo da construção civil e vendas imobiliárias. Para Renato, é difícil prever se os números paraibanos permanecerão crescentes. “O salário de admissão depende do piso das categorias. Nos últimos anos, o movimento sindical vem lutando por reajustes melhores e é isso que está sendo mostrado no levantamento. A Paraíba precisa de fomento à instalação de atividades que paguem melhor, nossa economia ainda é bastante carente nisso”, finalizou.
Além de maior saldo, o setor de serviços liderou também o número de admissões em 2012, na Paraíba, com 47,734 mil vagas criadas, alta de 16,59%. Na sequência, vieram os setores do comércio (38.779), construção civil (37.098), indústria de transformação (30.808). O Estado criou 163,383 mil postos em 2012, alta de 6,77% sobre o ano anterior (153.015).
Sexo
Na Paraíba, os homens tiveram um crescimento de 12,89% (de R$ 729,96 para R$ 824,08) e as mulheres apresentaram um índice de 4,08% (R$ 715,84, em 2011, e R$ 745,04 no ano seguinte).
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