ECONOMIA
Supermercados elevam vendas
Pesquisa do Instituto Fecomércio aponta crescimento de 6,21% nas vendas dos supermercados da Região Metropolitana João Pessoa.
Publicado em 06/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:07
Apesar da alta dos preços dos alimentos, as vendas dos supermercados acumularam crescimento real de 6,21% de janeiro a julho na Região Metropolitana João Pessoa, quando comparada ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto de Pesquisa da Federação do Comércio do Estado da Paraíba (Instituto Fecomércio). A taxa acumulada no ano supera o crescimento nacional, que elevou em 4,16% o faturamento real, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Mas no comparativo de julho com o mesmo período do ano passado, o crescimento do setor na Paraíba (8,8%) ficou abaixo da taxa nacional (11,6%). Já no comparativo entre os meses de julho sobre o mês anterior, o aumento dos supermercados e mercadinhos da Grande João Pessoa registrou o dobro da taxa da nacional (8,8% contra 4,05%)
Para o presidente da Associação dos Supermercados do Estado da Paraíba (ASPB), Cícero Bernardo, os números "são aceitáveis, levando em consideração o atual cenário econômico do país.
“Na situação em que se encontra a economia do Brasil, é um dado satisfatório. Não estamos como o mesmo dinamismo de um ano atrás. No setor supermercadista houve uma elevação dos preços e isso influencia na diminuição das vendas”, explicou Cícero Bernardo.
De acordo com o representante do setor, a alta dos preços representa um grande obstáculo para se manter os índices altos de crescimento.
“As vendas aumentam em faturamento, mas caem em unidades vendidas. Isso incomoda os consumidores e também o varejista, que têm seu ciclo de vendas alterado”, apontou.
Apesar dos altos preços, ainda é possível perceber que o consumidor continua adquirindo os produtos considerados supérfluos, o que contribui no crescimento das vendas supermercadistas. Uma das explicações para esse aspecto é a mudança de mentalidade do consumidor, afirmou Cícero Bernardino.
“O consumidor aumentou muito seu poder de compra. Hoje, ele pode comprar mais que anos atrás. Isso fez com que ele tivesse acesso a novos produtos na cesta de alimentos e de outros seções do supermercado, que antes eram considerados supérfluos. O produto considerado não prioritário hoje não é mais considerado tão supérfluo, por isso eles têm mais saída no setor”, declarou.
Para o próximo semestre, a expectativa é que o crescimento seja maior, tendo em vista que o tradicional período de alta do final de ano. “Estamos esperando um crescimento de aproximadamente 7,5% nas vendas deste semestre”, apontou Cícero Bernardino.
NO PAÍS
A perspectiva para este segundo semestre é de crescimento ainda maior nas vendas, disse em comunicado o presidente da Abras, Fernando Yamada: "Acreditamos que as vendas podem crescer ainda mais neste segundo semestre, pois contamos com um calendário de festas, que tradicionalmente beneficia o setor".
O executivo destaca que, apesar das perspectivas de redução do crescimento do PIB em 2013, o setor supermercadista continua apresentando resultados positivos.
ITENS NÃO BÁSICOS MANTÊM FORÇA
Dados da pesquisa Kantar Worldpanel, especializada em pesquisa e comportamento de consumo, mostram que o consumidor brasileiro optou por manter produtos não básicos na cesta de compras no primeiro semestre deste ano, ao contrário do comportamento que se espera em tempos de mais pessimismo e menos confiança na economia.
E, para enfrentar a inflação mais pesada no bolso, reduziu em até quatro vezes a ida ao supermercado dependendo de sua faixa de renda, optando por comprar quantidades maiores quando o preço está vantajoso.
Segundo a pesquisa, o ajuste no orçamento foi feito não só pela menor frequência, mas também pela redução de itens básicos no carrinho.
Em valor, o gasto cresceu em média 11% no primeiro semestre ante igual período de 2012 - reflexo direto da maior pressão de custos. Mas em volume comprado (considera a ponderação entre as diferentes medidas dos produtos: quilos, litros e unidades) o aumento foi menor, 3%.
"A classe DE é a que está com mais pé no freio: diminuiu em até quatro vezes a ida às compras. A que mais sentiu no bolso o peso da inflação foi a classe C, que, em valor, gastou mais 14% nas compras feitas no primeiro semestre", diz Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel no Brasil.
Para classificar as classes sociais, a consultoria considerou como critérios a posse de bens, o grau de escolaridade e as condições de vida nos domicílios das famílias. As famílias da classe D e E têm renda média de R$ 1.399,00. As da classe C, R$ 2.028,00.
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