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ECONOMIA

Troca de informações na ponta dos dedos

Aplicativos de mensagens ganham cada vez mais espaço, tanto na memória dos aparelhos quanto na rotina dos usuários.

Publicado em 18/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 30/01/2024 às 14:44

Bastam apenas alguns toques nas telas de smartphones e tablets para textos, vídeos e fotos serem enviados instantaneamente. Responsáveis por tanta praticidade, os aplicativos de mensagens estão ganhando cada vez mais espaço de relevância, tanto na memória dos aparelhos quanto na rotina dos usuários.

“Estamos mudando a forma de interagir com a tecnologia e isto está integrando tanto a geração passada quanto a atual.

Costumo denominar esta era como a era 'fast-food', onde fazemos de tudo para não perder tempo e ter, cada vez mais rápido, determinada informação”, analisa o engenheiro de softwares e professor Titao Yamamoto, da Faculdade Estácio.

E de olho no crescente interesse pela ferramenta, diversas empresas do setor têm buscado inovar e desenvolver instrumentos para aprimorar ainda mais a experiência comunicacional. No Brasil, o cenário ainda é tímido, porém algumas iniciativas estão gradativamente transformando a situação.

Um dos exemplos vem do estado de Belém do Pará: o especialista em computação Erick Costa, que trabalha há mais de 14 anos como analista de sistemas, aproveitou uma brecha oferecida por um aplicativo de origem alemã e conseguiu, após muitos estudos, desenvolver o Zapzap – o primeiro mensageiro nacional.

“Esse aplicativo alemão, o Telegram, tem uma plataforma open source e, a partir dela, você pode fazer modificações para desenvolver outras aplicações. Ninguém tinha feito isso aqui.

Então, peguei o código dela e passei três meses estudando.

Quando concluí o estudo, consegui fazer meu próprio programa”, explica, mencionando que a ideia de batizar o Zapzap surgiu da popularidade do nome entre os brasileiros, que costumam apelidar o Whatsapp, atual líder no segmento.

“Agora, estou trabalhando bastante nele, porque depois do lançamento, caiu na mídia e foi muito divulgado. Penso em atualizações, com correções de bugs, e partir para outras plataformas, como o sistema iOS, do iPhone, até porque não faço o programa para mim, mas para o povo brasileiro”, comenta, acrescentando que desde sua criação, em abril, o aplicativo já conta com mais de 450 mil downloads na Google App Store.

Titao Yamamoto enxerga a ação com bons olhos e afirma que é bastante possível que o mensageiro brasileiro possa conquistar uma fatia considerável do mercado, uma vez que, motivadas pela criatividade e inteligência dos profissionais, as empresas cada vez mais estão confiantes em investir no país. “Elas estão vendo o Brasil com outros olhos, somos uma promessa de mercado e também de mão de obra”, finaliza.

WHATSAPP MANTÉM LIDERANÇA

Considerado um dos mais conhecidos aplicativos de mensagens do mundo, o Whatsapp também chamou a atenção de Mark Zuckeberg, dono do Facebook, que adquiriu a plataforma por 19 milhões de dólares em fevereiro deste ano.

Segundo o professor Titao Yamamoto, a compra do mensageiro fez com que a rede social entrasse de cabeça no setor e anulasse qualquer grande concorrente, tendo nas mãos grande volume de dados.

“Podemos esperar, por enquanto, mudanças pequenas, mas com certeza virão mais melhorias e recursos, sendo tudo apenas uma questão de tempo”, assegura Yamamoto. “A pergunta maior que fica é: como o Facebook vai fazer com que o Whatsapp retorne todo o dinheiro investido e ainda promova grande lucro? Se tudo se resumir a inserção de propagandas, então haverá mais espaço e motivos para as concorrentes estarem correndo atrás”, complementa.

Para ele, uma das principais razões para outros aplicativos, como Viber, Line, WeChat e Voxer, não sobressaírem, por enquanto, apesar das insistentes campanhas de marketing, é o fato de os usuários já estarem concentrados e acomodados no Whatsapp. “Pode haver muitas vantagens em estar em um outro mensageiro, mas tudo perde o sentido se os seus contatos não estiverem lá. Então, ganhar espaço não acontece da noite para o dia, é de forma gradual e tem que estar sempre atingindo o maior número possível em cada ação, tornando os usuários satisfeitos para serem uma propaganda viva”, conclui. (Especial para o JP)

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Jornal da Paraíba

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