ECONOMIA
Varejo paraibano tem maior queda do Nordeste no 1º trimestre
Vendas acumuladas de janeiro a março no comércio da Paraíba têm retração de 4,1%. Em 12 meses o setor acumula crescimento de 1,2%, o mais baixo da região.
Publicado em 15/05/2015 às 6:00 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:09
Sem reagir ainda este ano, o comércio varejista paraibano registrou queda de 3,6% no volume de vendas do mês de março deste ano em relação a março de 2014, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é o pior da região Nordeste e o 3º pior do país, ficando atrás apenas de Goiás (-6,7%)e do Mato Grosso (-8,3%). No primeiro trimestre, a queda acumulada foi a maior dos últimos 11 anos, ficando em -4,1%. Foi o quarto mês consecutivo de retração no comércio varejista do Estado, que nos últimos 12 meses acumula crescimento de 1,2%, o mais baixo da região junto com Pernambuco, que teve o mesmo índice.
Considerando o varejo ampliado – que inclui veículos e motos ou suas partes e peças e material de construção – o resultado é ainda pior, uma queda de 4,4% que deixa a Paraíba com o segundo pior índice do país, abaixo apenas de Goiás (-5%).
Para o consultor do varejo Jairo Pontes, o resultado observado na Paraíba já era esperado. Ele explicou que até pouco tempo atrás o comércio paraibano vinha passando por grande crescimento devido ao maior poder de compra que as classes mais baixas haviam adquirido.
“Eram pessoas carentes de tudo, que antes não tinham acesso a nada, principalmente eletrodomésticos, e essa parcela da população passou a movimentar o comércio”, detalhou.
O problema, segundo Pontes, é que essas pessoas foram ficando endividadas, o desemprego aumentou, o crédito está mais escasso e as taxas de juros mais elevadas. “Essa é uma parcela da população que é muito dependente de crédito”, disse. Nesse cenário, o consultor afirmou que a expectativa é de queda também para os próximos meses. “2015 não deve ser um ano bom para o comércio”.
O presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Lopes Neto, contou que o mês de março “realmente não foi muito animador” para os lojistas paraibanos. Segundo ele, a expectativa para os próximos meses também não é boa. “A gente tem que bolar alguma coisa para continuar sobrevivendo”, comentou.
SEGMENTOS
No país as maiores quedas ocorreram nos segmentos de móveis (-7,9%) e eletrodomésticos (-6,2%) em volume de vendas. Já os maiores crescimentos se concentraram no setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com 10,2%; e outros artigos de uso pessoal e doméstico, com 17,4%.
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