ECONOMIA
Varejo tem 2ª maior alta do país
Após baixo crescimento de setembro, volume de vendas do comércio varejista da Paraíba voltou a crescer em ritmo acelerado.
Publicado em 13/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 16:20
Nem a greve dos bancários segurou o crescimento do varejo paraibano no mês de outubro. Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o volume de vendas do comércio paraibano de outubro, na comparação com o mês de setembro deste ano, apresentou elevação de 3,6% na série com ajuste sazonal. Foi a segunda melhor taxa de crescimento entre as 27 unidades da Federação e o Distrito Federal. No país, o índice de crescimento do varejo foi de apenas 0,2% em outubro ante setembro. O Acre, com base de comparação mais fraca, liderou a pesquisa com alta de 7%.
Após o baixo crescimento de setembro, o volume de vendas do comércio varejista da Paraíba também voltou a crescer em ritmo acelerado na comparação de outubro sobre o mesmo mês do ano passado com expansão de 9%. No mês de setembro o crescimento havia ficado em 2,8%. O resultado coloca a Paraíba no quarto lugar do ranking nacional dos Estados com maior crescimento no volume de vendas do comércio, atrás apenas de Alagoas (12%), Rio Grande do Norte (10,1%) e Maranhão (10,1%). Dos cinco com maiores crescimento em outubro, apenas o Paraná (8,9%) não pertence ao Nordeste, reforçando o aumento no poder econômico da região, conforme ressaltou o consultor de varejo e professor da UFPB Jairo Pontes.
“Existe uma demanda forte no Nordeste, a população está ganhando poder de consumo, sobretudo através de programas sociais de distribuição de renda. É um povo que progressivamente aumenta seu poder de compra e está investindo em produtos de gênero alimentício, vestuário, mobiliário e eletrônicos. Como ainda existe carência, o aumento no Nordeste é mais significativo”, disse o especialista.
Na análise do volume de vendas do acumulado do ano (janeiro a outubro), a Paraíba tem alta de 9,7%, ficando em terceiro lugar no ranking dos Estados brasileiros com maior crescimento no comércio, atrás apenas do Mato Grosso do Sul (10,6%) e Rio Grande do Norte (9,9%). Completam a lista Rondônia (8%) e Maranhão (7,9%). Tanto no mês de outubro, como no acumulado do ano, todos os Estados que integram os cinco primeiros lugares no ranking de crescimento ficaram acima da média nacional, que foi de 5,3% e 4%, respectivamente.
Para o secretário de Estado da Receita, Marialvo Laureano, o setor do varejo nos últimos anos tem atraído grandes redes de varejo com o seu desempenho nas vendas, além de registrar expansão das empresas locais. “Observando esse crescimento do comércio varejista, sobretudo das micro e pequenas empresas, o governador Ricardo Coutinho ampliou o limite do faturamento para as empresas optantes do Simples Nacional de R$ 2,520 milhões para R$ 3,6 milhões ao ano, a partir de janeiro de 2014”, lembrou Marialvo.
Outro ponto importante destacado pelo secretário da Receita Estadual é que a manutenção do crescimento do volume de vendas do varejo tem sido uma fonte importante de arrecadação para prover o Estado de recursos para a realização de obras e pagamento dos serviços. “O comércio varejista participa com 18,95% do recolhimento do ICMS no Estado”, reforçou.
O único Estado que apresentou queda no volume de vendas do comércio em outubro, comparado com mês igual do ano passado, foi Roraima, com -1,1%. A retração também foi vista em setembro (-5,6%) e agosto (-1,9%). No acumulado do ano, porém, o Estado tem crescimento de 3,8%.
No país, as vendas com ajuste sazonal indicam sete atividades com variações positivas e três com variações negativas: veículos e motos, partes e peças (6,2%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%); livros, jornais, revistas e papelaria (1,5%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,2%); material de construção (0,9%); combustíveis e lubrificantes (0,6%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%); móveis e eletrodomésticos (-0,2%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%) e tecidos, vestuário e calçados, também, com -0,4%.
CONSULTORIA DESTACA BOM DESEMPENHO
A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara, destacou como boa notícia o oitavo resultado positivo consecutivo das vendas do varejo. "Indica um bom começo de quarto trimestre. Se o dado ficar estável em novembro e dezembro, as vendas do varejo já terão crescimento de 4,3% no ano." Ela, porém, acredita em um avanço em dezembro, com o indicador encerrando o ano em 4,5%.
"O Natal deste ano deve ser um pouco melhor que o de 2012."
O IBGE divulgou ontem que as vendas do comércio varejista cresceram 0,2% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. A consultoria esperava avanço de 0,3% no indicador.
"O resultado das vendas do varejo vieram em linha com o que eu estava esperando e, com isso, mantenho minha expectativa de alta de 0,6% para o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro", afirmou Thaís.
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