ECONOMIA
Venda de automóveis novos teve queda de quase 5% na Paraíba
Índice se refere ao acumulado de janeiro a novembro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em João Pessoa a queda foi maior, ficando em 5,81%.
Publicado em 16/12/2014 às 12:33
As vendas de veículos novos tiveram queda de 4,93% na Paraíba no acumulado de janeiro a novembro em relação ao mesmo período de 2013. Considerando apenas João Pessoa, maior mercado do estado, a queda é ainda maior, ficando em 5,81%. O recuo das vendas na Paraíba e na Capital é maior do que a média nacional, que foi de -4,07%. As informações foram dadas pelo vice-presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores na Paraíba (Fenabrave-PB), José Carneiro, em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (16).
Para José Carneiro, a situação é preocupante e, se continuar dessa forma, pode resultar em demissões. “Nossa mão de obra é treinada e qualificada”, explicou Carneiro, justificando que pelo investimento que é feito no treinamento dos funcionários, não vale a pena demiti-los. “Tentamos segurar o máximo que podemos, e esse é um entendimento da Fenabrave nacional”, disse. Carneiro admitiu, no entanto, que o risco existe caso o mercado não melhore.
O vice-presidente da Fenabrave-PB disse ainda, que a Paraíba vende uma média de 1,7 mil a 1,8 mil carros por mês, e sendo dezembro o último mês em que ainda é possível comprar com o IPI reduzido, a expectativa era de grande movimento nas concessionárias, o que não se confirmou. Ele acredita que os consumidores não estão levando a sério o anúncio do governo de que irá acabar com a redução do imposto em 1º de janeiro. “Até agora o movimento está normal, não aumentou. Acho que as pessoas estão pensando que governo vai prorrogar a redução do IPI novamente”, disse.
O empresário destacou que, com o fim da redução no imposto, um carro 1.0 ficará entre R$1,3 mil e R$1,5 mil mais caro. “Se a gente considerar que a prestação de um veículo financiado em cinco anos é de cerca de R$600, a pessoa terá que pagar quase três prestações a mais”, ponderou.
Devido a isso, José Carneiro considera que as previsões para 2015 são sombrias no setor. “Estamos esperando que a nova equipe econômica do governo se pronuncie. O problema maior é que falta transparência”, disse, acrescentando que é preciso conhecer o tamanho do problema para poder enfrentá-lo. “O tamanho da retração do primeiro trimestre é que vai nos dar uma ideia de como será o resto do ano”, completou.
Atraso na emissão de documentos prejudica setor
Um problema causado pelo Detran também está incomodando os empresários do varejo de veículos na Paraíba. Acontece que desde o último dia 12 os despachantes não estão conseguindo retirar placas e documentos de veículos novos financiados. Com isso, veículos já vendidos se acumulam nas concessionárias à espera da conclusão do emplacamento. Clientes mais apressados, já saem da loja com o veículo, mesmo sem placa, situação em que só é permitido circular com a nota fiscal do veículo durante no máximo cinco dias.
“Não existe esse prazo fixado em lei, mas geralmente a fiscalização trabalha com essa tolerância de cinco dias”, explicou José Carneiro. Circular com o carro nessas condições, no entanto, não é muito recomendável, até porque se houver um acidente com vítimas não é possível acionar o DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores) de um veículo não licenciado.
“Convocamos essa coletiva para explicar aos nossos clientes que a origem do problema é no Detran, porque as pessoas estão achando que a culpa é das concessionárias e está havendo um desgaste na relação com o cliente”, justificou Carneiro.
O Gerente de Informática do Detran, João Eduardo Melo, informou que desde o último dia 9 houve uma mudança no sistema de registro de veículos alienados. Segundo ele, a responsabilidade pelo registro desses veículos passou a ser da própria entidade financiadora, que deve usar um sistema chamado Tecnobank para enviar as informações ao Detran de forma automática quando realizar o financiamento do veículo.
João Eduardo Melo contou que realmente houveram problemas durante a transição do sistema, mas assegurou que a situação já está normalizada desde segunda-feira (15). “As financeiras já estão se cadastrando, está tudo funcionando”, afirmou.
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