ECONOMIA
Venda de produtos agroecológicos une praticidade e tecnologia
Tecnologia associada a uma vida saudável tem levado mais praticidade - e produtos agroecológicos - para a mesa do paraibano. Veja como comprar online.
Publicado em 12/02/2022 às 9:59
A busca por produtos agroecológicos tem se tornado cada vez mais frequente. A tecnologia associada a uma vida saudável tem levado mais praticidade - e comidas sem agrotóxicos - para as mesas de muitos paraibanos. Isso porque, hoje, é possível fazer a feira sem nem sair de casa, unindo conforto com apoio aos pequenos produtores. Na Paraíba, principalmente depois da pandemia da Covid-19, as opções de compra de produtos agroecológicos aumentaram: as compras podem ser feitas pelo WhatsApp, por aplicativo próprio, em sites ou até mesmo pelas redes sociais.
Agricultora há mais de vinte anos, Etiene Ferreira, de 39 anos, cultiva e vende hortaliças, frutas e tubérculos. Tudo agroecológico. Hoje ela é presidente de uma das feiras que acontecem em João Pessoa, no bairro Jardim Oceania, sempre nas quartas-feiras e sábados. A feira existe no bairro há 18 anos.
Caminhar pela feira e sentir o cheiro fresco dos alimentos é uma ótima forma de começar o dia. Mas quem tem uma rotina muito corrida, pode fazer todo o pedido pelo WhatsApp e depois ir pegar os produtos na feira, que já estarão separados para o cliente.
“Quando iniciamos a feira há alguns anos nós sempre separamos pedido das pessoas que não podiam vir cedo ou que mandavam outra pessoa pegar. Temos um grupo [no WhatsApp] que postamos os produtos, os clientes escolhem e nós separamos. Na pandemia, aumentou bastante a demanda de pedido”, conta Etiene.
Etiene trabalha com os alimentos desde pequena, viu nos pais, quando criança, a profissão que segue hoje. A família é de agricultores, e o que estimula é saber que estão alimentando as pessoas com o que é saudável, da terra. “Para nós agricultores é satisfatório saber que o que o homem planta, a cidade janta”, declara.
A rotina é de domingo a domingo. Como não moram no sítio, saem bem cedo, voltam para casa para almoçar, e depois retornam para o sítio para fazer a colheita. “Apesar de ser um trabalho de muita importância, é pouco valorizado pelo poder público, hoje nós não temos projetos, financiamento, apoio à saúde do agricultor, para a segurança, entre tantas outras coisas”, questiona Etiene.
Da feira, para o site, para a casa
Quem quiser a comodidade de comprar pelo site, escolhendo cada produto com calma e colocando no carrinho, também é possível. A Feira Produtos Terra Boa, do Movimento Sem Terra (MST), foi impulsionada com a pandemia da Covid-19.
Já com o princípio e compromisso com a saúde e a produção de produtos saudável, o MST, também considerando a questão dos decretos de isolamento, criou, em João Pessoa e Campina Grande, a comercialização de Cestas Produtos Terra Boa.
Começaram pelo WhatsApp, recebendo os pedidos e preparando as cestas. Depois criaram uma plataforma e avançaram para o que hoje é uma loja virutal, onde as pessoas se cadastram e de 15 em 15 dias escolhem os produtos para serem entregues aos sábados.
São mais de 100 produtos disponíveis. No entanto, dependendo da safra, o produto pode ser retirado de venda. Todos os alimentos são produzidos pelos acampados do MST.
Maxwell Castelo Branco, dirigente do MST, explica a base de todo esse movimento. "O MST defende a agroecologia como um princípio de respeito à natureza, aos bens naturais, de cuidado com a terra. Isso é princípio. Não basta só produzir, temos que produzir com qualidade, sem uso de agrotóxicos, utilizando todos os recursos que a terra nos disponibiliza, e respeitando todos os modos de vida", ressalta.
Delivery de produtos agroecológicos
Aos conectados 24 horas no celular, um aplicativo a mais pode resolver também a lista da feira de produtos agroecológicos. Um aplicativo desenvolvido na Paraíba conecta consumidores a produtores locais da agricultura familiar. A iniciativa funciona como uma barraca de feira ou lojinha do produtor local dentro do celular, tablet ou computador. Os produtos oferecidos são livres de agrotóxicos.
A Coozco foi lançada em março de 2021, depois de um ano de estudo, prospecção e desenvolvimento, e período em que a pandemia da Covid-19 se mantinha com alta de casos.
“Surgiu pela necessidade de nos alimentar melhor de maneira prática (ir às feiras ainda de madrugada não era uma opção que encaixava na nossa rotina) e pelo desejo de servir tecnologia segura e prática para nossos parceiros agricultores familiares encurtando a cadeia, conectando-os diretamente aos consumidores”, conta Talita Stael Pimenta, de 32 anos, sócia-fundadora.
A Coozco é um elo entre os consumidores e produtores, servindo a tecnologia e fazendo a logística (própria) para garantir que tudo chegue na casa dos clientes, que têm a opção de comprar diretamente da loja do produtor, nos aplicativos e site, ou de assinar um pacote mensal e receber os produtos toda sexta-feira do mês assinado.
Para isso, o cliente precisa morar em João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Conde e Santa Rita que é a área coberta atualmente pelo aplicativo na Paraíba. Realizar o cadastro, basta acessar uma loja de aplicativos no smartphone ou acessar o site.
Depois é só escolher a cesta que atende melhor sua necessidade ou fazer uma compra pontual em uma das lojas da plataforma, realizar o pagamento em pix ou cartão de crédito e aguardar a chegada em casa nas sextas-feiras.
“A tecnologia traz segurança, agilidade e transparência em todos nossos processos internos, na relação com os parceiros, e, na outra ponta, permite que nossos consumidores conheçam quem produz seus alimentos, escolha e compre, sem sair de casa, na palma da mão, em qualquer horário do dia ou da noite”, explica Talita.
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