Professores da UFPB decidem pela continuidade da paralisação

Os professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) resolveram manter a greve iniciada pela categoria há 97 dias. A decisão foi tomada, ontem pela manhã, durante assembleia geral.

Foram 173 votos pela manutenção do movimento e outros 15 pelo retorno aos trabalhos. Durante o encontro, os docentes aprovaram também uma contraproposta que será enviada à Comissão de Educação da Câmara de Deputados. A próxima assembleia será no dia 29 deste mês.

Segundo o presidente da Associação de Docentes da UFPB (Aduf/PB), Ricardo Lucena, a contraproposta possui um conjunto de reivindicações que foram alteradas pelos servidores, com a finalidade de reduzir os custos do governo e, assim, flexibilizar a negociação.

Ele explica, por exemplo, que os professores decidiram aceitar o piso salarial de R$ 2.018,00 oferecido, desde o começo do movimento, pelo Ministério de Planejamento. A intenção dos grevistas era de conseguir a aprovação do piso salarial no valor de R$ 2. 353,00. No entanto, eles resolveram recuar.

“Resolvemos flexibilizar outras exigências feitas. Com isso, pretendemos reduzir o impacto financeiro nos cofres federais e acomodar os valores dentro do orçamento do governo. Esperamos que, com isso, possamos garantir que a negociação avance e que o nosso Plano de Cargos, Carreira e Salário seja reestruturado”, explicou Ricardo Lucena.

Os docentes exigem reajuste salarial e estruturação do Plano de Cargos, Carreira e Salários, que está desatualizado desde 2010 e acumulando defasagem de 22%. A próxima assembleia geral ocorrerá no dia 29 deste mês. Até lá, os 2.300 professores da UFPB continuam em greve. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes/SN), o documento com a contraproposta já foi entregue na Câmara dos Deputados. (Nathielle Ferreira)