UFPB é a 5ª melhor do Nordeste e 7 faculdades tiram notas baixas

Bartolomeu Honorato
Do Jornal da Paraíba

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) se consolida como uma das melhores instituições de nível superior do Nordeste ao repetir a nota 4 (o máximo é 5) no Índice Geral de Cursos (IGC) e ficar em 5º lugar entre as federais nordestinas. O indicador do Ministério da Educação (MEC) mede a qualidade do ensino nas universidades, centros universitários e faculdades do Brasil.

Confira aqui o Índice Geral de Cursos (por ordem alfabética)

Dentre as públicas, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) obtiveram média desempenho satisfatório (3). Na Paraíba, sete faculdades estão na “berlinda” por ficar com o IGC abaixo de 3. A avaliação do governo federal foi divulgada ontem, em Brasília.

A UFPB recebeu o conceito “bom”, nota 4, na avaliação do MEC realizada em mais de 2000 instituições de ensino superior no Brasil. A Universidade Federal da Paraíba recebeu 297 de IGC contínuo e 4 de IGC faixa. No entanto, no ano passado, o Índice contínuo foi maior. A instituição fez 305 de média contínua contra 297 neste ano.

No Nordeste, o melhor ensino superior é o da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que alcançou nota 4 e 347 de IGC contínuo. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte aparece em segundo lugar com 4 pontos e 333 de média contínua. Depois surgem as Universidades Federais de Bahia, Ceará e Paraíba.

O reitor da UFPB, Rômulo Polari, esperava que a Federal repetisse o bom desempenho registrado em 2007. “Nós investimos em infraestrutura na UFPB. São novas salas, bibliotecas e um ótimo corpo docente. Isso nos credenciou para ficar entre as melhores universidades do Nordeste e primeira na Paraíba. Então, já era esperado esse resultado”, avaliou Rômulo Polari.

A meta da universidade é expandir mais o ensino no interior e abrir os campi de Guarabira e Pedras de Fogo, que está em análise no Ministério da Educação. Hoje, a UFPB possui 20 mil alunos na graduação, três mil na pós-graduação e uma média de 1.800 professores nas áreas de Humanas, Exatas e Saúde.

IFPB e UEPB

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia possui o segundo melhor ensino na Paraíba. O IFPB fez 3 pontos e 293 de IGC contínuo, conforme a avaliação do MEC. A Universidade Federal de Campina Grande recebeu nota 3 e 291 de média contínua, ficando na terceira colocação no Estado.

A Universidade Estadual da Paraíba fecha o grupo das instituições públicas paraibanas ao conquistar nota 3 e 243 de Índice contínuo.

Risco de descredenciamento

Na avaliação da graduação na Paraíba, o MEC descobriu que sete faculdades particulares ficaram com notas baixas (2) nos exames dos cursos. Caso as visitas dos especialistas do ministério confirmem o resultado desastroso do IGC, as instituições privadas têm prazo para recorrer do resultado. Mantida a nota ruim, a faculdade não poderá abrir novos campi, cursos ou ampliar vagas de estudo até resolver os problemas indicados, mediante termo de saneamento firmado com a Secretaria de Educação Superior, segundo o ministério.

As sete faculdades com notas ruins correm risco de serem descredenciadas pelo MEC. No Estado, outros oito estabelecimentos ficaram com nota zero na avaliação federal. A assessoria de imprensa do MEC informou que essas instituições não submeteram os alunos ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

No Brasil, 884 das duas mil universidades receberam nota 3 numa escala de 1 a 5. Entre as 206 instituições públicas, 151 tiveram notas iguais ou superiores a 3. O IGC é um indicador de qualidade construído com base numa média ponderada das notas dos cursos de graduação e pós-graduação de cada instituição. Divulgado anualmente, o resultado final do IGC é expresso em valores contínuos (que vão de 0 a 500) e em faixas (de 1 a 5).

Em Campina Grande

A UFCG teve 43 cursos avaliados e obteve nota 291. Para o reitor da universidade, professor Thompson Mariz, apesar do fator de avaliação, o Enade, variar muito de um ano para o outro, pois dependem dos cursos avaliados e dos alunos sorteados, a avaliação é positiva. “É uma posição muito boa, continuamos entre as melhores, mas a ideia é trabalhar mais para chegar em primeiro lugar”, frisou.

A Universidade Estadual da Paraíba, que teve 31 cursos avaliados, também apresentou bom índice, somando a nota 243 e sendo a 18ª melhor universidade do Nordeste. Apesar do bom desempenho, a reitora da UEPB, professora Marlene Alves, afirmou que a meta ainda não foi alcançada.

“Ficamos felizes com o desempenho, especialmente pelos poucos anos de autonomia financeira, mas isso não pode deixar que a gente ache que esteja bom. Precisamos trabalhar muito mais para primar pela excelência acadêmica e conquistar nota máxima”.