Campinense e Guarany de Sobral têm opiniões diferentes sobre público nos jogos Série D

Na noite da última terça-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a permissão do público para os jogos das oitavas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. Para que isso aconteça, é preciso respeitar o que dizem as autoridades locais de cada estado e município, além de os dois clubes envolvidos no confronto terem o mesmo posicionamento a favor da torcida. Entre Campinense e Guarany de Sobral não há consenso. A Raposa é favorável ao jogo com público, enquanto o Cacique do Vale prefere seguir como está, sem público.

Campinense e Guarany de Sobral têm compromissos marcados para o próximo sábado — no Amigão, em Campina Grande, na Paraíba — e para o dia 3 de outubro (um domingo) — no Junco, em Sobral, no Ceará. De acordo com o documento emitido pela CBF, os dois clubes precisam confirmar até 72 horas antes do primeiro duelo se vão contar com público nos dois jogos. Como a primeira partida está marcada para as 16h do próximo sábado, esse prazo se encerra na tarde desta quarta-feira. Mas, sem consenso, a tendência é que os dois jogos aconteçam mesmo sem a presença do público.

O Jornal da Paraíba entrou em contato com as diretorias dos dois clubes e apurou o que dizem os decretos paraibanos — da Paraíba e de Campina Grande — e os cearenses — do Ceará e de Sobral. E também quais os posicionamentos das federações paraibana e cearense de futebol sobre o assunto. Confira:

Campinense quer público, mas...

O Campinense tem interesse em público no confronto do próximo sábado, contra o Guarany de Sobral. Na última terça-feira, antes mesmo da liberação feita pela CBF, a diretoria havia enviado um ofício para a Confederação, pedindo a permissão para levar público ao jogo com seu mando de campo. No entanto, apesar de o atual decreto Municipal de Campina Grande liberar a presença de até 15% de público em estádios de futebol, a Raposa barra no decreto mais rígido do Governo do Estado, a quem pertence o Estádio Amigão, local da partida.

É esperada uma flexibilização do Estado apenas no próximo decreto, que deverá sair na semana que vem, mas não seria tempo hábil para o jogo contra o time cearense, que acontece no sábado, além do fato de que o prazo da CBF acaba às 16h desta quarta-feira.

O governador João Azevedo visita Campina Grande nesta terça-feira, para cumprir sua agenda, e a diretoria do Campinense afirmou tentar uma negociação com o gestor, mas até o momento não conseguiu retorno.

Guarany prefere arquibancadas vazias

O Jornal da Paraíba tentou contato com a diretoria do Guarany de Sobral, mas não conseguiu retorno. Contudo, a reportagem teve acesso a um documento enviado pelo clube para a Federação Cearense de Futebol (FCF) ainda na noite da última terça-feira, através do qual a diretoria do Cacique do Vale abre mão do público nas duas partidas, afirmando que, de acordo com o Decreto Municipal, não está liberada a presença de torcida no Estádio do Junco, em Sobral. Sob esse argumento, o clube não concorda com a presença de torcida na partida do próximo sábado, no Amigão.

O decreto do município de Sobral diz, em seu artigo 7º, que está permitida a realização de "eventos esportivos profissionais de futebol, com a presença restrita de público, desde que: sejam realizados em ambientes abertos; sejam previamente autorizados pela autoridade sanitária; seja o acesso ao evento restrito a pessoas que tenham sido vacinadas com 02 (duas) doses; observem a limitação de 10% da capacidade de público, bem como as regras sanitárias a serem estabelecidas em protocolo; autorização emitida pela Vigilância Sanitária do Município de Sobral".

Federação Cearense lamenta falta de público e Federação Paraibana não se posiciona

A Federação Cearense de Futebol (FCF) lamentou o não interesse de seu filiado, o Guarany de Sobral, na presença do público para os jogos das oitavas de final da Série D. O presidente da FCF, Mauro Carmélio, afirmou que estava disposto a colaborar para que a partida no Estádio do Junco tivesse torcedores nas arquibancadas, mas o clube se posicionou de forma contrária.

"É uma pena. A Federação tem interesse, mas infelizmente é a posição do clube. Será um grande jogo, um confronto tradicional do futebol nordestino" - disse.

Por outro lado, a Federação Paraibana de Futebol (FPF) não se posicionou sobre o assunto. A reportagem do Jornal da Paraíba tentou contato, mas as mensagens e ligações não foram retornadas. Há um tempo, a presidente Michelle Ramalho vem tentando essa liberação junto ao Governo do Estado e às prefeituras, mas, especificamente para este jogo das oitavas de final da Série D, não houve manifestação da presidente da entidade.