Botafogo-PB x Paysandu: acabou o sonho… do título

Crônica da derrota por 3 a 2 do Belo para o Papão, pelo quadrangular do acesso da Série C do Campeonato Brasileiro 2023, por Phelipe Caldas.

Foto: Cristiano Santos/Botafogo-PB

– Fabiano, porra! A matemática não entende nada de futebol!

Certa vez, diante de um querido amigo que falava das mínimas chances do Botafogo-PB de se classificar em um campeonato, vários anos atrás, eu soltei essa máxima.

É isso.

A matemática até pode nos permitir sonhar, vislumbrar, mas a lógica nos escancara a verdade dura, incômoda, entristecedora.

E, diante da dureza dos fatos, a gente deixa de acreditar.

Eu vivi esse sentimento nesse sábado (23), logo depois da derrota do Belo em cima do Paysandu, por 3 a 2, no Almeidão.

Cheguei em casa devastado, tom de despedida, lamentando o fato de gostar tanto de futebol.

Mas, aí, vem o dia seguinte, a invariável necessidade de seguir vivendo.

E, não tem jeito, a gente resolve fazer contas, cálculos, brincar de matemática.

Descobre que, a despeito de toda a loucura que isso pode significar depois de três derrotas seguidas, o Botafogo-PB só depende de si para conquistar o acesso. A depender da próxima rodada, numa curiosa combinação de resultados, pode até mesmo chegar ao jogo final precisando apenas de um empate para subir para a Série B.

Acredito?

Não sei bem mais em que acredito.

Mas, devo confessar, vejo-me traindo aquela certeza de que a matemática não entende nada de futebol.

Afinal, que se lasque a matemática.

O torcedor, em seu sagrado direito de se enganar, continua acreditando sempre.

O sonho?

Esse já acabou. Não existe mais nenhuma chance de o Belo ser campeão da Série C.

Mas… e “aquele” sonho?

Esse, pasme-se, segue vivíssimo.

O Belo continua tendo chances factíveis de conquistar o acesso.

Pois, ao menos até o próximo sábado, eu prefiro ignorar a lógica e me apegar aos números.

Subiremos?

Não sei.

Provavelmente não.

Mas, quem sabe?

São dois jogos.

Eu escolhi acreditar.

No próximo sábado, estarei no Almeidão.

Por ora, na ânsia de acreditar no que não parece óbvio, isso parece bastar!