Opinião: Hulk é da Paraíba e tem que ser da Seleção Brasileira

Qual é o mérito utilizado por Tite para não convocar um atacante que em 65 jogos marcou 49 gols, deu 13 assistências e esteve 5.127 minutos em campo?

Hulk será julgado pelo STJD. Foto: Pedro Souza / Atlético

Quando Hulk decidiu voltar para o futebol brasileiro, as opções de clubes que o jogador paraibano teria para atuar eram várias. Pela sua vontade — e sonho —, o foco era o Palmeiras, mas o destino quis que a sua “nova casa” no Brasil fosse o Atlético-MG.

Após a conquista do título de campeão brasileiro diante do Bahia, o atacante mostra que ainda joga em alto nível e hoje, com 35 anos, se credencia para novas atuações com a camisa da Seleção Brasileira.

Posso até demonstrar uma certa ignorância sobre o futebol asiático, que não nego, pois sempre que Hulk entrava como assunto na minha pauta, a resposta era: “Quem danado acompanha o futebol chinês?”.

A defesa — defensável ou indefensável — se baseava no famoso futebol europeu, que tanto domina a mente das nossas crianças, adolescentes e, por já ter vivido essa faixa etária, a imagem que me vem à cabeça é exatamente a que eu explico aqui: futebol europeu? Muito. Asiático? Pouco (ou não).

Ao contrário do que muitos acham, que Hulk com 35 anos já deveria estar em preparação para encerrar a carreira, os números do paraibano em campo provam que ele ainda está com a bola toda. Inclusive, outro que entra na turma dos contrários — ou contrariados — é o técnico Tite, que, comandando a Seleção Brasileira, sempre gosta de falar que as suas convocações usam a famosa e badalada meritocracia.

Qual é o mérito utilizado por Tite para não convocar um atacante que em 65 jogos marcou 49 gols, deu 13 assistências e esteve 5.127 minutos em campo?

A entrevista concedida à TV Globo, inclusive, foi muito importante e até digo mais: simbólica. Hulk relembrou o seu início como profissional da bola, quando atuou com a camisa do Vitória, arquirrival do Bahia, time que o paraibano ajudou a derrotar nesta quinta-feira (2).

“Muitos não sabem, mas eu me tornei profissional aqui na Bahia, jogando no Vitória, mas fiz apenas dois jogos no Brasileiro e fui embora. Passei quase toda a minha carreira fora, mais de 16 anos. Mas poder voltar onde eu dei meu primeiro toque na bola como profissional e conquistar um título com essa grandeza e com essa expressão…”, disse.

Hulk é da Paraíba e do Brasil. Já foi de Portugal, da Rússia, do Japão, da China e ainda pode ser da Seleção Brasileira… Ou melhor, tem que ser!