Estádios são liberados, mas só 'pela metade'

A Comissão Estadual Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios seguiu ontem o cronograma de vistorias com as duas maiores praças esportivas da Paraíba - O Amigão, em Campina Grande, e o Almeidão, em João Pessoa. O veredito das duas avaliações será dado hoje pela manhã, numa reunião com a presidente da FPF, Rosilene Gomes, e com os dirigentes dos dez clubes que disputam o Campeonato Estadual.

Falando em nome da comissão, o procurador de justiça Valberto Lira deixou claro que os dois estádios poderão sediar jogos do Campeonato Paraibano, "mas com ressalvas". Ficou acertado que ambos terão a capacidade reduzida, com a liberação apenas da geral, enquanto a arquibancada principal passa por reforma.

Ainda assim, segue a dúvida - o campeonato começa mesmo no próximo domingo. Durante as vistorias, Valberto Lira voltou a defender o adiamento do Paraibano em mais uma semana.

"A constatação é óbvia e gratificante. Vamos ter condições de sediar jogos em Campina Grande, mas só na arquibancada sol.

Faltam pequenos detalhes e acredito que na próxima semana tudo estará liberado para receber os torcedores", frisou o procurador de justiça.

NO ALMEIDÃO

Tão logo terminou a vistoria no Amigão, a Comissão Estadual Permanente de Prevenção e Combate a Violência nos Estádios se deslocou para João Pessoa. No Almeidão, o discurso foi praticamente o mesmo - praça liberada parcialmente (no caso, apenas a arquibancada geral} e algumas recomendações para receber os torcedores.

No entanto, o procurador de justiça Valberto Lira se mostrou om pouco mais otimista em relação ao estádio da capital. Isso porque os clubes da Grande João Pessoa não têm nenhum jogo como mandante nas duas primeiras rodadas do Campeonato Paraibano. A primeira partida prevista para o estádio é Botafogo x Sport, dia 19, na abertura da Copa do Nordeste.

"A situação no Almeidão é praticamente a mesma do Amigão. A diferença é que não temos jogos nesse fim de semana aqui em João Pessoa. E acredito que até o dia 19, tudo estará concluído para uma reabertura parcial do estádio, com a redução na capacidade da torcida", explicou Valberto.

ALDEONE: "MARIZÃO NÃO É WEMBLEY"

A maior preocupação é em relação aos prejuízos financeiros causados por mais uma semana sem jogos oficiais. Para o presidente do Sousa, Aldeone Abrantes, só os clubes estão sendo prejudicados.

"Só quem paga a conta são os clubes. Governo, Federação, ninguém perde nada. Os clubes é que precisam dar um jeito de pagar a folha dos jogadores sem receita alguma, afirmou, calculando em R$ 50 mil o prejuízo do Dinossauro caso a proposta de novo adiamento seja ratificada na reunião de hoje.

Aldeone sugere que se diminua ainda mais a capacidade dos estádios para que o campeonato comece no próximo fim de semana e com a presença da torcida.

"Veja o caso do Marizão. O Ministério Público já reduziu a capacidade para 3,5 mil pessoas. Então, que libere 1,5 mil para essa primeira semana. Depois libera o resto. Não é possível que uma polícia que garantiu uma final de Campeonato Brasileiro não seja capaz de dar segurança a pouco mais de mil torcedores", comparou, se referindo a final da Série D entre Botafogo e Juventude, no ano passado.

Sempre adepto ao estilo falastrão, Aldeone também criticou o que o chamou de "preciosismo" nas vistorias do Ministério Público.

"Toda vistoria é uma coisa diferente para fazer. Parece até que querem transformar o Marizão em Wembley. Aqui é Sousa, não é Londres. É tanta coisa que faz a gente pensar em abuso de poder", criticou o dirigente sousense, contrário a mais um adiamento.