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ESPORTES

Faixa preta em jiu-jítsu fala sobre acompanhamento em treinos

Após morte de jovem com um golpe de jiu-jítsu em treinamento, especialista fala sobre necessidade de acompanhamento nos treinos.

Publicado em 27/01/2023 às 16:48


                                        
                                            Faixa preta em jiu-jítsu fala sobre acompanhamento em treinos
(Foto: Luciana Alves)

Um jovem identificado como Gil Anderson de Paiva Silva morreu na noite da quinta-feira (26) após um golpe de jiu-jítsu, em João Pessoa, mesmo já acostumado a treinos nas modalidades de artes marciais. De acordo com a Polícia Civil, Gil Anderson treinava com um colega antes de começar uma aula de muay thai. 

Gil Anderson era do Exército Brasileiro, lotado no 15º Batalhão de Infantaria Motorizada, em Cruz das Armas, e o caçula de uma família com quatro filhos que morava perto do local onde aconteceu o fato. Ele praticava modalidades esportivas e segundo os familiares era dedicado e disciplinado.

Diante disso, o JORNAL DA PARAÍBA conversou com Walisson Bazilio Lucena, profissional de educação física e faixa preta em jiu-jítsu, para esclarecer sobre a necessidade de acompanhamento durante os treinos da modalidade, para evitar acidentes ou situações do tipo. 

O que você vai ler na reportagem

Mortes no jiu-jítsu

Praticante do esporte há 21 anos, Walisson disse que não é comum casos de falecimento na modalidade, no entanto, isso não significa que não seja possível fatalidades acontecerem. 

“Até então, casos de morte com golpe eu tenho acompanhado mais em artes marciais mistas. Então, tudo é possível, seja no jiu-jítsu, no futebol, qualquer esporte que demanda um empenho físico pode levar qualquer pessoa a ter algum acometimento de algum infortúnio”, explica. 

Além disso, o professor destacou que o acompanhamento é muito necessário. “Dentro de qualquer atividade física há a necessidade de um acompanhamento, porque mexe com a questão fisiológica e vários indivíduos já são acometidos até mesmo em caminhadas de infartos ou coisas do tipo, porque não tiveram uma orientação correta durante a prática”, conta. 

Precauções nos treinos de jiu-jítsu

Experiente na área, Walisson ressaltou ainda que as precauções que devem existir em qualquer prática esportiva passam por protocolos que devem ser seguidos não só pelos profissionais que vão acompanhar, mas também pelos participantes. 

“O que existe é um protocolo de treinamento para que as pessoas possam fazer as práticas esportivas, sejam elas artes marciais, com maior segurança e qualidade. Isso demanda que o profissional que esteja a frente tenha uma boa qualificação”, destaca. 

Outro ponto levantado pelo professor é o de que além da presença de alguém com experiência e estudos na área, que seja observada também qual a trajetória educacional que este profissional teve ao longo de sua carreira. 

“É importantíssimo você conhecer o profissional que está ministrando aula, seja ele um profissional de educação física ou um profissional prático. É necessário que você tenha um histórico desse indivíduo, a escola a qual ele se encontra, a sua metodologia, para que se inicie o acompanhamento”, recomenda. 

Entenda o caso de Gil Anderson

O caso ocorreu por volta das 19h30, no Centro de Referência da Juventude Ilma Suzete Gama, em Funcionários I, em João Pessoa. A unidade é parte de um projeto da Prefeitura de João Pessoa que promove atividades esportivas e culturais. O instrutor da aula de muay thai que iria começar ainda não havia chegado no momento em que os dois treinavam.

Gill Anderson foi socorrido pelo colega e por outras pessoas que estavam no local e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz das Armas com um quadro de parada cardiorrespiratória.

A UPA informou que ele deu entrada já em estado gravíssimo e que, apesar de a equipe realizar todas as manobras de ressuscitação, ele não resistiu.

No caso da morte do jovem Gil Anderson, a Polícia Civil segue investigando as condições do que aconteceu. 

Imagem

Jornal da Paraíba

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